ECOS

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Chittorgarh-India

domingo, 29 de setembro de 2013

407> QUASE OUTUBRO



De volta as mesmas historias monocromáticas
Tao lindas agora em um preto e branco belo
Fumaça de cigarro e vapores da alma
Sinto pela tristeza e por todas as lagrimas
Mas recomecei nos mesmos olhos cheios de desejos

Era tudo que se podia sentir
Quando se foge de si mesmo
Era o quanto se podia mentir
Sem se chocar com o vazio

A estrada serpenteava sob a ótica do medo
Em minha mais terna idade eu amei
Conheci as crianças de plástico
Estranhas para quem vem dos anos oitenta
Preocupadas em não desapontar a própria imagem
Agora isto tudo esta acabado
O que você viu foi só o principio
Surpreenda-me com as cores que fui privado

Carros, aviões e as distancias se multiplicam
Ate a mente aproximar tudo
Rostos, ilusões e as gargalhadas ecoam
Ate o ultimo ônibus partir com a alegria
E nas ultimas horas sonhei com a mesma mulher
E isto nem importa mais
E o agosto vem e vai com suas inundações
Mas foi justamente em setembro que pude dizer
Eu perdi para mim
Mas jogarei novamente
É claro 


Recife , 25 de Setembro de 2013
 

406> GAROTO SEM SAPATOS



Eis que os gritos silenciosos não foram em vão
Perto de serenar sinto todo caos que me dei
O gosto doce se foi
Não me importo se é conveniente
Mas no fundo eu gostei de tudo
As desculpas no olhar
A distancia do céu e a proximidade do mar
Olho levemente para trás
Vejo um mundo que desaba
Sorrio e continuo
As vezes sou o garotinho que perdeu os sapatos
Sentando em uma calçada qualquer
Cansado com o folego curto
Ascendo mais um cigarro
Olho para as estrelas
E isto me basta
Tão pouco para muitos
Mais tão imenso para mim

Vejo a grandeza em toda parte
Melodias, heróis de guerra
Sorrisos velados, empatia instantânea
Logo conheci e logo se foi
Para sempre ? Não sei !
Estará presente ? Sempre !
O destino cruza caminhos
E depois os separa
Faz nossas vidas em capítulos
Marcas de fogo na alma
Vitorias e derrotas, fel e mel
A lucidez vai se tornando insana
E a loucura tão espontânea
Agora tudo brilha ao infinito
Onde a ilusão chama-se tempo


Recife, 25 de setembro de 2013