ECOS

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Chittorgarh-India

quinta-feira, 11 de abril de 2013

397> HANSHAN E OS FALSOS PROFETAS



Corram devotos dos últimos tempos
Garimpeiros de ideias alheias
Seus olhos são como mortos-vivos
Arrebanhados por cães pastores

Exibam aquela bela frase que nunca entenderam
Vosso inconsciente usa o mundo como espelho
A perversa ironia que vós reservais a si mesmos
E no lugar mais improvável reside o sagrado
Em todos os lugares

A estrada é infinita e sem destino conhecido
O mapa são códices e fragmentos espalhados
E em cada por do sol há um afago na alma
Cada nascer uma nova esperança
Tudo se entrelaça além de nossas visões
Sinos não são mais sinos ao som do vento
Vocês não entendem essa linguagem?
Complexo é entender o simples
Difícil é perceber o obvio

E assim os homens chocam-se com homens
E toda reverencia vai para o mundo de Maya
Tempestuosa crise da adolescência do mundo
Falsos profetas vicejam com ervas daninhas
Mas o que são ante ao sorriso de um Hansham?
Poeira soprada ao vento
Para tão logo desaparecerem
Junto com esse velho mundo
Longe do saboroso néctar do saber
Cegos para a luz que nos une
E se só a matéria os apraz
E se não precisam da doce luz do mundo
Que retornem as carruagens do tempo de Rama
E os conduzam a suas apropriadas moradas
Os amargos e escuros mundos de Orion


Recife. 11 de Abril de 2013
Eis , um alerta ! 

396> LUCIDEZ



Nunca pensar e sempre medir
Contradições
Temos tantas
Mas o tempo é tão alheio
Mas o sol é tão brilhante
A vida radia todo esse calor
Medido e não pensado
Assim é
Mas nem sempre será

Saudades da Índia
Saudades do que tive saudades na Índia
Meu reflexo ficou em Pushkar
Minha alma acendeu
Meu coração queimou
Cinzas externas das dores parentais
Mas cores estavam dentro
Espaços prontos para serem preenchidos
Compaixão
Amor
Isso me basta

Recife, 11 de Abril de 2013