ECOS

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Chittorgarh-India

quarta-feira, 29 de maio de 2013

401> ESTAÇÕES LUMINOSAS



Pulando entre as constelações agora acessíveis
Entendendo o sentido mais puro da infância
Agora eterna
A alma uma eterna criança
A vida uma eterna mestra

Vejo as desventuras humanas e seus labirintos
A busca impulsiva e descontrolada por nós mesmos
E o que vemos são espelhos, ilusões e nevoas
Desencontro de almas
Desencontro de tempo
Partes espalhadas perdidas em um corpo
Pedaços de nossa historia riscada no disco infinito
Frágeis e infinitos
E isso enche minha alma transbordando minha taça
Silencio em reverencia ao quantificável

Minhas doces flores colapsadas
Orbitando em espirais de medo
Movendo-se onde se viaja sem se mover
Exaustas de tanta negação e resistência
Enchendo os jardins de vazios
Morrendo longe da real essência
A cor e o perfume
A beleza e a pureza

Estações luminosas em horizontes flamejantes
Descansam minha alma refazem meus passos
Onde os dias não passam, pois só existe o hoje
Sempre
Castelos que escrevi só vi em sonhos
Pontes imateriais ligando o visível
Imaginável, incontável e inominável
Eis minha definição para o indefinível


Recife, 29 de maio de 2013
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quinta-feira, 16 de maio de 2013

400> CANÇAO DOS SONHOS



Pássaros de uma época distante
Voavam na nevoa do tempo
A lua refletia uma passarela
Entre presente e passado
Vozes surdas na longa noite
Agora despertas

Onde esta o encantador de almas?
Uma calma invade o recinto
Deitado em um travesseiro de vento
O espirito foge e o corpo sonha
Um sonho dourado que nunca finda
Vidas que se vive de uma só vez

Respiramos juntos o mesmo ar
Tantas vezes e tantas vezes mais
Laços adimensionais e fios de Emerson
E a grandeza se manifesta orgulhosa
Tudo segue seu curso além da superfície
E nas estranhas pulsa o coração do mundo

Como folhas impelidas na tempestade
Seguimos nossas próprias historias
Aparentemente faz tanto sentido
Em uma realidade tão irreal
O céu a um toque
E o chão tão longe


Recife, 15 de Maio de 2013 
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quarta-feira, 1 de maio de 2013

399 A VINGANÇA CONTRA O TEMPO



Quando chegaram as sobras da noite
A história começou a ser vivida
Ainda incontada
Cães latiam pragas diversas ao luar
Perfeito como o colo daquela dama
Era o lugar onde todos os medos se encontravam
Como ciganos mudando de coração em coração
Mas havia um intocado

Peço vossa atenção aos que padecem de dores
Foi dito pela boca que não possuía a santidade
Mas trote de cavalos além das colinas se fez ouvir
Tochas nas mãos e o fogo nos olhos
E sua face suava mais frio que a noite de outono
Palavras de ouro derramadas e delatadas
Alguém aguardava ansioso em um distante castelo

Um candeeiro com chamas dançantes
Com uma dose de amor, saudade e conhaque
Um corpo inerte em uma estrada qualquer
Era esperado para jantar ainda vivo
Nunca se soube nunca se viu
E tudo agora são sonhos confusos
Claro que em uma nova existência

Meus olhos ainda se enchem de lagrimas
Meu corpo ainda treme
Mas o medo ficou para trás
Toque minha mão e sinta meu beijo
Entorpeça-se na profundidade de minha alma
Colinas ainda são perigosas
Mas escodem o verdadeiro premio
Perdido em outras existências
Serei de quem me amar sob o luar

Novamente caído no caminho, mas ainda vivo
Pronto para marchar novamente
Mas agora sem a marselhesa
Sei do fogo que queima no meu peito
Sei da luz que paira sobre minha cabeça
Não confundo mais meio-dia e meia-noite
Perco olhar por um instante que podia ser eterno
O céu estrelado aprova entusiasmadamente
Os sonhos mais grandiosos
É para isso que nos encheram de sangue quente
A vida é uma vingança contra o tempo
Pois se perpetua e não se deixa acabar
E ao tempo sempre haverá resistência
Pois sempre haverá vida no universo

Por favor, escutem as crianças chorarem
Escutem aquilo que chamam de Deus falar
Em todos os sorrisos sinceros
Nas mais belas melodias audíveis e inaudíveis
Sim na beleza
A criação é bela
E no fim deste testamento façamos um pacto
Que meus inimigos não me combatam mais
Assim como não mais os combaterei
Afinal como destruir o indestrutível
Como levantar-se contra o fogo divino
Pois todos que vivem o possuem
Eis o segredo escondido ate dos anjos
A verdadeira morada daquele de nome impronunciável
No sal do suor e das lagrimas
Nas cicatrizes inter-existenciais da alma
Aquela chuva de meteoros será outro sonho bom
Na próxima vida que eu me perguntar pelo sentido
Mas elas saberão, sim elas as estrelas
E sorriram nos céus que tanto me atraem
Pois se viram refletidas na abobada dos olhos
Daquele cavaleiro morto naquela estrada
Escura e perdida no passado
Pois para essas belas sephiroths só o presente existe
Então que me emprestem o brilho invisível
Que torna as partes de mim mesmo indivisíveis
Lado a lado, em cima e embaixo, dentro e fora
Dão lugar a toda parte
E o segundo final entre a vida e a morte
Torna-se a eternidade


Recife, Primeiro de Maio de 2013 
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