ECOS

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Chittorgarh-India

quarta-feira, 18 de janeiro de 2012

358> MINHA ÚNICA OFERTA


Vendo a tempestade que vem varrer
Frias Faces molhadas em desespero
Às vezes traço indevidos comentários
Mas a piedade sempre é mais rápida
Chega antes do som da porta fechando

Venha ate mim quando estiver só
Aqui você pode chorar
Pois na dor todos são iguais
Prometa lembrar-se desta noite
Esta é minha única oferta

Meus semelhantes não são semelhantes
Canibalismo é o que posso ver
Loucura é o que posso crer
Teus semblantes se vão distantes
Tempo de falar insanidades
Tempo de desculpas
Templo de falsos profetas
Falsos sorrisos

Crianças petrificadas na rua dos alcaloides
Crianças que vomitam em meus sonhos
O mundo e sua dialética
Tanta dor
Doenças da alma
Fui ao inferno além da linha vermelha
Voltei ao mundo em uma segunda-feira

Corações agora só se abrigam no peito
Olhos não mais refletem a alma
Onde o sol não se derrama no vale
Certo ou errado o tempo muda tudo
Cedo ou tarde eles te mostraram
Que não tens nada além do amor
E em sua cabeça esta toda a dor


Recife,18 de Janeiro de 2012
Créditos na foto

quarta-feira, 11 de janeiro de 2012

357> MAR DA TRANQUILIDADE


Ressonância de passos estalados
Um solo real, cíclico e emoldurado
Estrangeiro da esfera dourada
Limites e fronteiras distorcidas
Desgosto amarga em frenesi
Cisnei abatido no argenta
Víboras que moram nos espelhos
Devolvam vida ao olhar
Devolvam ar ao luar

Já se foi ou ainda será?
A salvo no próximo bosque
Novamente o nunca
Que antigamente era
Sempre o mesmo jamais

Cheio de graça no reverberar
Repleto de toda majestade
Pairando sobre o nosso olhar
Lençóis para Vollenweider
A mente foge ao cérebro
Tudo humano
Tudo tão restrito
O ki flui e reflui e o mar paralisa
Envolto em tantas benesses
Transtorno das marés
Ergam-se a te ti
E derrame-se sobre mim


Recife,10 de Janeiro de 2012
Link imagem

sábado, 7 de janeiro de 2012

356> COELHO BRANCO


Entre as duvidas inerentes à espécie
Cartas espalhadas à moda antiga
Olhos desgarrados no velho papel
A nova menina do coelho branco
Alia de todos os sonhos eis teu véu
Uma mentira ou uma promessa

Tarde demais para o colégio astral
As duas crianças e seus afazeres
Desmobilizando o organizado arsenal
Sei que agora sou o transportador
Mas ainda não devemos flutuar
Este é meu mundo, nobres gêmeos

Poucas vezes na vida pensamos quem somos
Soube que você andou crescendo esses anos
Então ate a próxima fria madrugada
Se puderes ser suficientemente forte
Bailando entre a incompreensão
Pousando para as mais belas cenas
Devorando as mais sabias conversas
Ate medires ser imensurável
E só assim mudar o mundano


Recife, Concluido 7 de Janeiro de 2012

segunda-feira, 2 de janeiro de 2012

355> TRANSMIGRAÇÃO


Muito para ser dito e para ser contado
Nada muito importante para os demais
O entendimento se divide em orbitas
Pois as estrelas não seduzem a todos
Porque para escravos não existe o céu

Mais um giro em torno do mesmo sol
Outro filho vagando pelos raios divinos
Egocêntrico como o pai sempre quis
Refletindo o prisma onde não há luz
Às vezes penso que tudo foi ontem

Aqui em baixo em um outro nível
Os bósons são lentos onde vivo
Um bilhão de giros não foi suficiente
Ninguém sabe que é mais que alguém
Ninguém se permite ir mais além

Vou voltar ao Ganges
Onde tudo começou
Feito de sonho
Cheio de luar
Deitado entre os espaços
Coração amordaçado
Lembranças que não lembro
Sentimento que só sinto
Na vastidão que me define


Recife,2 de Janeiro de 2012