ECOS

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Chittorgarh-India

quinta-feira, 30 de junho de 2011

324> DA LOUCURA A MUSICA DIVINA


Em um impulso se originou tanta grandeza
Sons que poderíamos chamar de musica
Musica que poderíamos chamar de divina
Vibração da água nas gotas da chuva
Os sentidos entorpecem e a alma flutua
Baila, baila

Sementes eclodem como a vibrante vida
Codificação do que imaginamos ser
O universo complexo que imaginamos ver
Subindo as escadas
Descendo as escalas
Somente para ser um

Uma voz derramada no largo de estrelas
A visão completamente cega
Infinitas pinturas moveis astrais
Pairando sob toda gravidade
Contando o tempo na escala de um piano
Beirando a loucura de tanto brilho

Por favor, me contem todas as historias
Tudo que minha audição permite ouvir
Digam-me que estarei em todos os lugares
Espalhado e dinamizado em todos os cantos
Permitam-me então existir novamente
Mais e mais vezes




Recife,30 de Junho de 2011

sábado, 18 de junho de 2011

323> O DOM DA VIDA


Uma imagem velha em tons de cinza
Uma folha seca guardada em um livro
Décadas de historias silenciadas
Agora que tudo se transformou
Agora que minha carne envelheceu
Um quarto abrigava um ar tão antigo
Proibido de circular no presente

A vida aconteceu como um sonho
Estrela cadente de minha aurora
Um brilho que encantou quem viu
Mas olhar o firmamento era necessário
Uma coisa simples assim tão complexa
Um violino tocava outro século
A grande valsa dos que foram meus
Assim na terra como nos céus

Linhas que se encontram no horizonte
Assim são nossas vidas
Uma breve primavera
Inexplicavelmente plena
Em ebulição na força dos olhos pueris
Na sabedoria serena e estática do idoso
Esperando o inverno coroar o ciclo
Pois outros esperam para nascer
E correr nas estradas desse campo
Quedas, pedras e espinhos nada são
Pois a dor é um privilegio dos vivos !



Gravatá-PE,18 de junho de 2011
Dedicado a Joel G Costa que soube que a vida é
para rir ou chorar ...

quinta-feira, 16 de junho de 2011

322> CONTOS ASTRAIS


Na cidade do descobrimento o frei se foi
Agora sorri na distante ruína da capela
Em uma colônia so alcançada por teleféricos

Tenso caminhei olhando para o teto
Com aquele alfanje a serpente foi ferida
Bloqueada em seu vermelho vivo

Uma poça de ouro liquido se forma
Um doce rosto cadavérico se apresenta
Tenha cuidado eu ouvi
E um esquelético braço no metal surgiu
Assim amigos se cumprimentam
Nobre saudação entre dimensões

Eis porque acredito no que não vejo com os olhos
Afinal nem todos os fótons impressionam a retina
Pois vejo o que creio
E creio no que vejo

Recife,16 de Junho de 2011
Link imagem (recomendo)

sexta-feira, 3 de junho de 2011

321> HÁLITO DAS ROSAS


Um jeito simples para falar
Um meio sorriso completo
Toda a noite eu sonhava
Todos os dias eu criava

A criação cresceu do se jeito
Uma obra para o universo
Pegadas leves na relva
Campos floridos no inverno
Todos os seres da selva

Hipnotizado por sua sombra
O movimento mais harmônico
Ocaso de toda maldade
Folhas e frutos
Verdes e maduros

Aspirando o hálito das rosas
Me levas ate onde tudo é azul
A voz que nunca ouvi
Dizia-me o que não se diz
As cores do amor
Todas as cores invisíveis

Passos que não tocam o chão
Mãos tão diáfanas
Corpo translúcido
Irradiando meus sonhos
Meus dias, minha vida


Recife,3 de Junho de 2011
Link imagem

quinta-feira, 2 de junho de 2011

320> UM MILHÃO DE ANOS


De onde não se ouvia os gritos
No solo alem da próxima porta
Viam-se as mentiras serem feitas
Esquecendo daqueles dias
Algo que não pude fazer
Algo que não pude acreditar

As mensagens vinham e vinham
Laços que não podem ser quebrados
Eu juro viver todos esses dias
Que venham as manhãs frias
Adeus as trevas que encarei
O brilho que nunca se apaga
A realidade mais translúcida

Mutações do caráter ancestral
Manipulações genéticas siderais
Estejam preparados para o corte
Vos peregrinos astrais
Em busca da própria identidade

Muito se passou desde o principio
Ate as estrelas moveram-se no céu
Muitos de vos ainda sentem saudades
Implícita na memória celular
O tom ainda é precisamente o mesmo
Uma nova estação varrerá a terra

Hei de um dia ver os verdadeiros
Movendo-se com os seres do ar
Hei de saber do fim de tantos devaneios
Subvertendo os filhos do disco solar
Ninguém mais rirá alem dos nossos olhos
Não mais será distorcida nossa historia

Perdão pela imobilidade
Perdão pela imatura escolha
Fui tão jovem
Só tinha um milhão de anos


Recife,2 de Junho de 2011