ECOS

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Chittorgarh-India

quarta-feira, 24 de novembro de 2010

278> TODAS AS DORES DE CAIN


Quando o vento sopra de fora para dentro
Despindo o manto aveludado de nossos egos
Ate o mármore áspero do intimo ser visível
A dor onipresente de quem existe só por existir
O peso da sombra inegável e indesvecilhavel
Marca uma fronteira invisível entre instintos
E a natureza humana foi separada das demais

A essência é desvirtuada pela parte negada
Véus e tecidos finos cobrem a bestialidade
Areia veste o que esta enterrado na alma
A saga dos animais que não se viam animais
Desilusão transformada em profundos temores
E desses temores brotaram todos os males
Venenos que criamos e ingerimos veladamente

Fechando os olhos veio a escuridão
E na escuridão se pode ver a luz pura
Distintas das que brilham desfocadas

Pairando alem dos modelos atômicos
Atravessando uma barreira imaterial
Voa a parte mais indescritível de nós

Armadilhas elaboradas esperam o saber
Cercado pela angustia que nos marca
Quando nos afundamos em conhecimento

Uma voz reverbera sempre dentro de nós
Diferentes volumes, mas o mesmo dizer
Conexão imediata com o desconhecido
Algo que os presunçosos julgam conceber
Palavras perdidas no abismo da linguagem
O reflexo de todos os filhos de Caim
No fogo que não se apagará jamais