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Chittorgarh-India

terça-feira, 5 de outubro de 2010

261> OS ULTIMOS DIAS DE COSSETTE


O concerto subia o tom dos violinos
Perdidos no vasto salão aveludado
Três fileiras adiante
Três fileiras de desejos
Assim eu a via no teatro das emoções

Queria tocá-la, mas ela não estava ali
Queria amá-la, mas não aqui
A opera seguia o meu pulso
A vida palpitava no peito
Ninguém esquecerá esse capitulo

Moselle, Musel e depois Mosel
Da torre do castelo vi seu barco
O vestido tocava a água serene
Corri junto com os sinos vespertinos
Corri do tempo que nos afastou

Troquei todo o ouro do reino
Neguei todas as nefastas profecias
Condenei o dia a viver a noite
E nunca retornei ao grão-ducado
Ignorando as noticias de Mertert

A insanidade surgiu a passos leves
Quando as cores fugiram das flores
Poupando apenas os buquês que colhia
Colocados no mármore daquela lápide
Eterna depositaria da minha desventura


Recife,5 de outubro de 2010
Também postado na Fabrica de Letras