ECOS

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Chittorgarh-India

domingo, 5 de setembro de 2010

248> AS AFIADAS LÂMINAS DA INFÂMIA


Só falei após aquelas infames palavras
Sem me importar se estaria atrasado
Nem todos podem encarar a razão
Tombados nas suas próprias misérias
Afogados nas suas próprias desculpas
Veículos inconscientes dos alheios
Mas disso eu bem sabia

Por ultimo a graça de estar amparado
Se meu retorno foi a muito preparado
Desci e subi novamente
Antes perdi minha luz naqueles vales
A razão escorreu entre minhas mãos
Não me perderei novamente
Nas mesmas prisões de meus amigos
Meus mistérios são meus
Ate o meu retorno

Adormeço e vejo tudo que tenho
E percebo o quanto o invisível é visível
E para onde vão meus sorrisos puros
Sofro meu pesar com olhos de rubi
Pelo que se foi nas areis do tempo
Que leva fresco e trás seco
Mas existem coisas incompreendidas
Veladas ate o fim
E nelas o maior propósito


Recife,5 de setembro de 2010

247> DEPOIS QUE A MORTE CHEGAR

O manto púrpura, o cetro e o trono
As formas cheias de luz
E os fantasmas negros
Estou tonto e minha pele esfria rapidamente
Acho que aprenderei outras lições
Meu tempo acabou
Acabou

Acedam as luzes para o barão
Enquanto sua boca se enche de sangue
Espinhos internos e flores externas
Vazios, vazios

Os sonhos de amor desfeitos
Agora verei novamente sua face
A mesma que procurei por toda vida
E agora procurarei no céu ou no inferno
Venha voltemos para casa
Depois que a morte chegar

Corra pelos campos floridos
Com seu vestido ao vento
Eu chegarei depois eu dissera
Sem saber o quanto depois

Volte para o litoral e mantenha distancia
Essa noite serei livre para voar ao luar
Amanhã acordaremos em outra data
Perdidos na imensidão das dimensões
Não irei
Decidirei pelo amor
Mas manterei a distancia
Ate a ultima convulsão de um mundo
Que desapareceu em lagrimas
Por você


Recife,5 de setembro de 2010