ECOS

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Chittorgarh-India

segunda-feira, 31 de maio de 2010

149> CARNEIROS




Ocorreu no instável e quase perdido agosto
Algumas vozes dispunham em contrario
Mas foram silenciadas
Alguns pensamentos ecoavam duvidas
Mas foram afastados

A hora de despertar e a temperatura
A forma de acordar e a desenvoltura
Resumo das preocupações onde tudo era lúdico
Então espero no balanço
Então vamos novamente ao zoológico

Sol e chuva, mas sem raposa alguma
Silencio e segredos, mas sem palavra alguma
O sopro do tão falado vento veiculava
A tão cantada chuva da nossa historia
Fértil, fértil .

A roupa de marinheira e passeio de barco
As mãos com pedrinhas e os arrecifes
Disse-me que as coisas ocorrem naturalmente
E que o depois podia não ser tão ruim
Então se deite aqui, eternamente aqui...


Recife,12 de agosto de 2009

148> OS SERES DA CHUVA E DO TEMPO *

Por que a chuva insiste em cantar aos meus ouvidos ?
Sua voz eólica sopra pequenos mundos em gotículas
Quase me perco em tantos sentidos trazidos de fora
O clarão precede o estrondo como um aviso prévio
O medo de morrer e de renascer sem ver os sinais
Sabe aquele frio que percorre a frágil carne jovem ?
Por vezes podem vir e riem-se de nossos temores
Vão enchendo o ar de uma nostalgia elétrica e telúrica
Cada vez que abro as janelas do meu próprio refugio ...

Seus filhos emanam do solo primeiro com seu aroma
Invadem o ciclo gerador que tornou-se em vida
A lembrança tão imaculada das eras mais remotas
Então o calor de outra mão me torna ao mundo visível
Como um samurai que reverencia seu único senhor
Meu elo incorruptível com o outro ver das coisas...

E quem habita na chuva, na areia, na neve e no tempo ?
E quando poderei ve-los novamente cingindo o espaço ?
E para minha jornada um vasto e incessante mundo novo .


Recife,4 de agosto de 2009

147> SINCRONICIDADE *

Lua crescente no fim do sétimo mês
Mais vivos que em todos os outros
A força gravitacional decomposta
Dois eixos e planos agora harmônicos
As palmas vinham do seres alados
Tão lindos ...
Vamos corre para ver os sinais !

A lua agora regia uma orquestra de estrelas
Às vezes um lapso dimensional era causado
A fenda da ponte entre os dois mundos
Por onde podia-se distorcer o tempo
Que escorria liquido entre a matéria
Acontecia quando eles se encontravam

Saiam de casa para ouvir nossa causa
Algo escondido no destino se mostrava
Simplesmente não podia ser parado
Luz, paz e amor eu já ouvi dos mestres
E tive ...
Ofereço o saber do olho que tudo vê
A serviço do coração que nunca se cansa

Como momentos efêmeros no tempo
Podem ser imensamente grandiosos ?
Como tudo fica claro quando fecho os olhos ?
No sentido contrario todos estão de joelhos
Se somos os verdadeiros filhos de Cain
E de uma infinidade de outros orbes
A ancestralidade permeia nosso olhar...


Recife,28 de julho de 2009

146> A CHEGADA

O paraíso não tinha espaço para meu coração
O universo não tinha fim para minha visão
As letras não têm alimento para minha emoção
É porque tudo se agiganta
Diante da energia da vida

O baile sob o os lençóis lunares
Algo que nunca duvidei em sentir
Por isso senti !

E me confirme se foi o vento que te trouxe
E se anuncie se foi a felicidade tua escolha
Olhe bem tuas irmãs todas no céu
Sorrido, brincando e refletindo-se
No mar escuro dos nossos olhos

Meus escritos tentaram te dizer
Dez mil mundos em mil palavras
Ainda não ditas ...


Recife,20 de julho de 2009

145> OS DOIS PODERES

A luz enfim rompeu uma longa treva
Um beijo que paralisou os malévolos
Cavaleiros rompem o rio das duas cidades
Onze níveis acima os sentidos em mim
Usando o olhar da mais bela de outubro
Congelaram meus ímpetos corrompidos
Causando terror nos tais sombras

Depois da explosão, o doloroso exílio
Fomos entregues a nos mesmos
Um campo de força isolava o resto
Eu não podia fugir de mim mesmo
Mas o vento trazia os teus fluidos
Atirava-me de joelhos ante as memórias
Agora vejo a obra dos engenheiros alados

A dor e solidão sentida naquelas noites
As capitais tão perto e tão distantes
Ascendeu o fogo e este a tudo transforma
Mas existia a eterna lei da atração
Como a sutil água que corrói a rocha
A semente do destino não mais latente
As cordas cada vez mais harmônicas

Após o fim da auto-obsessão da mente
Prontos enfim para a união dos dois poderes
Decididamente planos surgindo de planos
Um sentimento novo, mas nasceu maduro
Dividimos o mesmo ar que respiramos
Multiplicamos a luz que nos guia
E o céu nos presenteia com a lua cheia


Recife,18 de julho de 2009