ECOS

ECOS
Chittorgarh-India

segunda-feira, 17 de maio de 2010

116> IV LEGIÃO



Acalma-te sob teus novos desígnios
Guerreiros da luz não podem ser feridos
Ergue tua espada sob tua fronte
E que gire o mundo sob tua lamina
Que caiam os obscuros a tua frente

Assim foi dito e assim foi feito
A visão se estendeu ao futuro
A dor do tempo voltou aos tolos
Almas jovens, inquietas e perdidas
Presas fáceis dos antigos lobos

A quarta legião do exército celeste
Vigia através do olho do touro
Guardando no céu a porta do leste
Derrama teu brilho vermelho-ouro
Guia-me ante ao caos e as trevas


Recife,22 de maio de 2009

115> OUTRA NOITE DE SONHOS REAIS

Eram tantas salas escuras
Algumas pessoas bem conhecidas
Portas que levavam a portas
Mas sei como te encontrar
No canto frio de uma sala
Encolhida para a noite
E para a vida

E venho e trago calor
Eu vou levo tua cor
E já era hora de ir

Imperativa era tua queixa
Ele teria de desistir da queda
Um caminho entre dois mundos
Dessa vez não vi tua real face
Não tive teu real beijo
Minha mão agora sente a bainha
Da minha velha angelical espada

Vejo os olhos pesados de outono
Sem saber da vinda de um inverno
Pronto para cristalizar teu sangue

Esperei alem da hora de partir
E me fui em terrível negação
O céu derramado nos cabelos
Assim estava ela, intangível
Prisioneira de suas escolhas
Privando-se de conhecer o amor
Por acreditar que já o tinha

Parto para alem dos olhos como fora sugerido
Deixando um rastro de pureza que consumirá
Nossa casa de ladrilhos e tijolos aparentes...


Recife,22 de maio de 2009

114> PORTO DO ALÉM-MAR *

O espaço dos devotos do amor
Revertia todas as historias perdidas
Embala um impulso sem medida
No tom de musicas cheias de dor

Não foi possível no atalho
E o caminho era longo
O caminho para casa ...
Nesta arvore o belíssimo galho

Deixe-o passar solitário novamente
Assim como veio ao presente
E como rompeu com o passado
Atravessando um rio de desventuras
O amor venceu todos males

Náufragos nos sete mares da vida
À noite em prontidão no porto
Ninguém retorna da água gélida
E em meus braços quentes
O calor da mesma febre ...


Recife,20 de maio de 2009

113> SÃO JOSÉ DO HORTENCIO




E corria livre de tudo
Nada podia impedir as fadas
E sob lagrimas vi o sentido do amor
O fogo recobria meu coração
A visão se intensificava
Como que mais perto do passado
Bem alem das coisas objetivas

Minha vela de toda fé
Uma historia tão mal contada
O curtume perto da ponte
Que deus o tenha senhor Max
Dei tudo de mim

Um mundo de bondade
Que deixou tanta saudade
Prepare o cavalo do doutor
Traga a cuca e cuidado com o trator
Diga a Débora que sonhei com Raquel
No inverno que nunca passou...


Recife,18 de maio de 2009
Dedicado a todos do posto de saude de Sao jose do Hortencio - Rs, lembrando Darci e familia e Debora que eh uma grande alma ! Dedico tb a Raquelzinha ! Vcs todos sao INESQUECIVEIS ...

112> SIAMESA

Fazei a nova vida brotar do seio da terra
A caverna do deserto a fonte e o ninho
O símbolo de vida em minhas mãos
Mas mãos muitos jovens ...

Quem nascerá sob o vermelho Antares
O que trará a forca do céu estrelado
Unindo tudo que foi afastado
Poemas, palavras e meus temas solares
Tenho certeza de estar preparado
Planos dentro de mil lugares

De fora te vejo dar as mesmas voltas
Era tão nova minha alma siamesa
A bússola que usei com destreza
Na mira das flechas de sagitário
Ainda bem que te apontei a certeza
Ainda bem que você veio me ver
Ainda bem que tive um pressagio


Recife,20 de maio de 2009

111> O GIGANTE





Diário da madrugada abstrata
Encruzilhada da meia vida
Sentado tomo a devida medida
Os vejo todos na sala rindo
Não alcançam o rio profundo
Não importa para onde estou indo

Agigantam-se minhas aspirações
Duvidas que não mais me vem
Veja todas aquelas direções
Creia quantas opções se tem

Os passos não mais aceleram
No entanto tornam-se mais largos
Posso caminhar com tua ausência !
Podes ficar sem minha presença ?
Sinta toda essa essência
O tempo trará a sentença

Olhemos firmemente adiante
Enterrando esses falsos desejos
O fardo de tantos anseios
Fizeram surgir um ser gigante !


Recife,17 de maio de 2009

110> TEU JEITO

Vem me embalar ao ar
Salta-me a retina em paz
Mundo mágico que construí
Aqui esta !

Mãos dadas atravesse a rua
Via tua sombra toda nua
Acolhe minhas asas cansadas
Teu colo uma enseada

Nada destrói as cordas
Atrevesse o mar inquieto
Cruzo o ar rarefeito
Te toco daquela forma

Tudo fica radiantemente azul
Quando unimos
O teu jeito ao meu beijo
O meu céu a tua terra

A mistura de encanto e pesar
Minha seriíssima criança
Meu néctar na casca amarga
Teu jeito, teu único jeito ..


Recife,17 de maio de 2009
...

109> O SOL SEMPRE VEM

Posso ensaiar ate um sorriso
A vida e suas largas margens
O amanha sempre vem
Algumas parecem tão longe
Ate que o sol vem de vez

O envelope já esta pronto
Cheio do que quiseres ver
Teu porto seguro na vidamar
Ou mais bobagens pueris
Só sei que o sol sempre vem !

E como amo suas roupas cinzas
Sempre quis ver-te naquela roxa
E sonhava com a blusa amarela
A aquarela que me iluminava
Espere que o sol sempre vem


Recife,15 de maio de 2009

108> BELA TARDE DE OUTUBRO

Quase uma lua após aquela cruzada
As trevas em sua momentânea vitória
Iludidas pela minha inerente dor
Perdidas por não serem atemporais

Um acido veneno corroí o peito
Afastando-me do que me afasta !
Vinde socorrer o teu socorro
Vinde se socorrer em meu socorro

A lua viu a relutância em ver
A rua viu-te tombar em meus braços
O anjo que ouviu tuas promessas
Numa bela tarde de outubro


Recife,15 de maio de 2009

107> LA BELLE EPOQUE

XIV
De sete em sete tudo avança
Mansão da avenida velha saneamento
Angelita vai voltar estas férias ?
Mas estou na casa de Colin

XXI
Luzes no painel na rodovia escura
Calculei todos espaços possíveis
A arte da velha física que abandonei
Na guerra referente à saúde

XXVIII
Meu ultimo adeus na navegantes
Aquela cidade era inconstante
Estratégia da terra devastada
Ordinário marche !


XXXV
Um amor e uma dor em maio
Decreto la belle epoque
Terra pronta e as sementes triadas
Le jour de gloire est arrivé !


Recife,14 de maio de 2009
Aracaju, Recife, Porto Seguro, Salvador, Cidades separadas por sete anos ...

106> NA SOMBRA DA LUA

Três anos após a besta interna
Começar a ser derrotada
Desperto ou a morte condenado

E ando oculto entre os vivos
Vigiado e conhecido pelos mortos
Ainda choro na sombra da lua
Escondido deste mundo
E daquele olhar profundo

Quem é o filho que espera para nascer ?
Quem era o terceiro aliado
Emergindo na piscina do tempo
A resposta bem a sua frente
Em outra decisão atormentada

Respostas inspiram mais perguntas
Algo que espanta o sono
Será bem diferente mas acontecerá
Uma esperança suavizará os semblantes
E nada será mais como antes


Recife,11 de maio de 2009

105> NA TERRA OU NO CÉU *

O vento frio que entrava
Alimentando as tristes notas
Um piano executava o dia
Passos distantes nas escadarias
Momentos tão rebuscados
Aqui almas perderam o compasso
Naquela noite foram desgarradas

E pousa a fina neblina
Queria apenas saber
Em que abismo ela se inclina
Às vezes assustava-se com esse poder
Procurando algo que a defina
Encontrando algo que não devia ter ...

A musica eleva o tom
Para uma alma que vibra
Palavras não mais sintetizam
Será que o tempo desistiu de nos ?
Ou desistiu apenas de passar ?
Um dia subiras estas escadas
Com passos não mais distantes
Seja na terra ou seja no céu ...


Recife 9 de maio de 2009

104> DESPERTO

Às vezes sou convocado
Em verdade arrancado
Parto sem saber
Nem os porquês
Som metálico e magnético
Faíscas e fagulhas

Uso do som forte
Paredes perdem definição
O tempo é cortado
O espaço violado
Imagens, imagens, imagens

Tenho meu papel
Não sou acompanhado
E tudo recomeça
Uma batalha sem fim
Enfim sou conhecido
Agora que estou desperto .


Recife,9 de maio de 2009

103> FUGAS FUGAZES

Como posso fugir de mim
Se agora sou eu mesmo ?
Como podes fugir de ti
Se não es tu mesma ?

Levas-me pelas ondas
Para longe do teu sono
Não era assim que querias ?
Tanto querias ...

Trago-te pelas mãos
Para junto de ti mesma
Era isso que tanto temias ?
Tanto temias ...

Me trazes pela noite
Para junto do teu corpo
Que será só meu ,
Só meu ...


Recife,9 de maio de 2009

102> TRÊS PARTIDAS

Meu suor após as três partidas
Reflete a dedicação
Respeito à mudança de estação
Deixem apenas lembranças queridas

Ela sofreu nove meses e se foi
Um novo parto no alem
Ele logo chegou e partiu
A mais velha não me sorriu

E todos levaram meu rosto
Como ultima lembrança
Como ultima palavra
E como uma nova vitória ...


Recife,9 de maio de 2009
Três obitos neste dia ...

101> NÓS ANJOS...

O destino sincrônico...
Enquanto suava
Tua voz me falava
Mas o trabalho era árduo
Sexta feira da passagem
Enquanto suava
Trovoes apareceram e trouxeram
Ate mim a chuva
A mesma que caiu em ti

Lagrimas do céu de maio
Que choravam por nos
Minha dor inundou tua cidade
Não por impulso ou maldade
Mas por pura saudade !
Um deva mostrando o sinal
Que supera tua vontade
Nos anjos seremos lembrados
Quando houver necessidade...


Recife,9 de maio de 2009

100> A SETE DIAS

A garota parecia chorar
O lar agora solitário
Separei o óleo para ofertar
Ao coração que não quer parar
Quem fez o ultimo comentário ?

A madrugada veio reprovar
E uma brecha na telha
Me faz fugir ao luar
Ela pareceu tão velha
Na sua fase crescente

O que fizeste há sete dias
A meia noite a minha queda
Surge outra silenciosa lagrima
E por tudo que passei
Nada mais me deterá ...

Sei que estarás protegida
Com tua estrela no peito
Minha mão treme agora
Lembro da sussurrada voz
“ainda não chegou a hora”


Recife,8 de maio de 2009

99> CINCO ANOS EM CINCO DIAS

Em instante só as paredes
E tudo se fechou
Quando fui exigido
Silencio
Fuga

Velho sentimento de perda
Triste emergir do passado
E se faz a ilusão
Toda baseada em posse
Toda busca por teu toque

Vacilante ela se vai
Retrocedo para avançar
Com ela foram meus anos
Comigo vieram seus danos
Sem saber ate quando ...


Recife,5 de maio de 2009

98> ULTIMA NOITE DE ABRIL

O que você faz agora ?
O que fará amanha a noite ?
Por onde eu for
Terei que olhar para os lados
E por sinal sei bem onde olhar
E ela se aproxima invisível
Como as pecas do destino
Pálida me observa
Desligue por vinte minutos ...

Me fez rir e chorar
Me deu e tirou
Mortes foram evitadas
Uma mãe foi preservada
Tudo foi medido
Mas eu não sabia
E ela não esperava
Os cabelos derramados no colo
Olhar fixo no chão
A voz rouca e presa
Tua duvida
Nossa dor


Recife,5 de maio de 2009

97> MINHA ALQUIMIA

O destino me sorriu
Depois que me partiu
Terei tudo que perdi
Serei o que deveria ser

Um grande foco
Na mesma vibração
Um lindo horizonte
A mais bela historia

Poucos se motivam com a dor
E se transformam no fogo
A mesma substancia de uma estrela
Reflete a beleza de uma flor

Lagrimas me farão rir
Espíritos me fizeram ver
Tudo que me faz sofrer
Me trará mais poder


Recife,5 de maio de 2009

96> PARTIDO

Minha varanda toda molhada
Meu céu encoberto pelas nuvens
Minha respiração pesada
Meu deus como dói...

Meu sentimento iludido
Meu coração dilacerado
Minha alma agoniza
Por que tão fria ?

Choro no chão e no ar
Chora o céu e a terra
Minhas lagrimas representadas
Na chuva que trouxe e levei

Incondicional ou leviano ?
Que escolha insana...
Realmente a fronteira
Entre felicidade e tristeza .


Recife, 2 de maio de 2009

95> O TERROR DOS TROVÕES *

Chegou a tempestade e seus trovoes
Quem foi falar com Zeus ?
Era sabido que era dos teus
O zunido metálico dos zangões
Mas o terror não varia
Não se assuste nesta agonia
A natureza só seu rumo seguia

Sinta apenas o que te valia
As fendas do céu flamejantes
Não terão em nos pontaria
E que levem teu grito
A chuva tua dor escorria

Quem retira teus pés do chão
Levanta-te para mostrar
Com inerente emoção
Que as tormentas que se vão
Existem apenas lembrar
Que em tudo existe razão


Recife, 2 de maio de 2009