ECOS

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Chittorgarh-India

segunda-feira, 19 de abril de 2010

59> MA'ADI

Sobrou apenas esperança
Algo vira nos redimir
Um mar de areia será o berço
Não será daqui
O mestre das tormentas

Sua capa intransponível
Seu olhar cruzara o deserto
E o tempo se aproxima
Do invisível torna-se visível
Do adormecido despertar

Um punhal forjado na lava
O portado será enfim conhecido
Mil trezentos e trinta e três
Serão seus guerreiros sagrados
A terra se partirá de vez

Inimigos paralisarão impotentes,
O brilho azul anuncia
A queda de generais e seus tenentes
Em nome da justiça
Seu nome não será esquecido .


Recife, 7 de março

58> O OBSERVADOR DE ESTRELAS

O senhor do céu azul
Esta noite mentiu
Lamina escarlate em orion
Deixou um vazio quando partiu

Incontáveis pontos incandescentes
Preguiçosos repousam no leite
Na sombra do sol poente
Vejo sua imagem de frente

Saúdo um claustro escuro
Historias de um passado encerrado
Que não representam nosso futuro

Luz liquida em um céu estrelado
Podemos transpor estes muros
Em nosso cavalo alado ...


Recife, 7 de março de 2009

57> BELA INFANCIA

Vamos correr ate o fim da rua,
Vem ver os cachorros, tem filhotes !
Pular a cerca para roubar jambo
Tua mãe viu o que nós fizemos ?
Eu te empurro no balanço,
Saia que agora é minha vez

Te protejo dos malinos da outra rua
Não servem para estar ao teu lado
Concerto o cesto da tua bicicleta
Mas você quebra de novo
Com sono você me desperta
Para ver a “paquinha” na caixinha

Os peixinhos da casa alagada
Tua boneca toda molhada
Sei que na época da chuva
Meu aniversario esta perto
E se houver festinha,
Põe teu vestido de bolinha !


Recife, 6 de março de 2009

56> RIO VERMELHO

As avenidas tornam-se sinuosas,
Olho para todos os carros
Não vou mudar o rumo
E vem o calor na minha face,
Esqueço de respirar

O ruído que vem do mar
O sal emerge das pedras
Em instantes me perco do mundo.
Estudo todos os semblantes
Espelhos e faróis a todo instante

Um céu se pinta de chuva
O vento se enche de vozes
Mas agora estou surdo
Mil palavras a falar,
Uma voz ira me calar

Sempre volto para lembrar
Que somos cálice e rosa
Não irei esquecer a inquietude
Naquela bela imagem que vem
De uma Federação de sonhos

55> TRES NONAS PARA ALIA

Es tão sensível ao mundo
Por isso andas tão decepcionada
Predadores em um flanco
Teu amado no outro
Predadores te dão flores
Teu amado parece louco
Assim pretendem te iludir
Assim desejam te afastar
Impedem então teu despertar

Melancólica, insatisfeita, cansada
O coração partido
A garganta apertada
Os dias passam lentos
Teus amigos não te alegram, que amigos ?
Antigas malévolas energias
Iludem teus sentidos e te entorpecem
Te fazem sofrer pelo desejo,
E não pelo erro ...

Mas o dono do destino
Reservou-te uma historia
Os anjos não te tiram da memória
E apresentam os sinais
Te jogam de encontro ao teu destino
A humanidade se desfaz
E es como um vulcão latente ...
Junta tuas forcas e desperta
Da-me tua mão, vamos em frente !


Recife, 3 de março de 2009

54> DEJA VU

Era o único som que ouvia,
O soberbo cantar dos pássaros
E aquele riso de mulher
Corria a grama fria
Aquela linda vastidão lúdica
Situava-nos ao passado,
Sempre tão presente

Discreta nevoa do bosque
Como aquela que vem a mente
E apaga esses momentos
Mas as vezes sem escolher a hora
Nos brinda de retorno novamente
Em Deja Vu volto à flora

Um raio súbito ativa o laço
Que nos liga ao passado
A vibração que nos invade
Liberta a alma latente
E nos faz quebrar correntes


Recife,3 de março de 2009

53> FEITO DE SONHOS

Aquele tempo vem e vai
Uma noite que não acaba
A chuva que não molha
A lua que não cai

Minha alvorada é triste
Cidade que não mais existe
Lembro que você me disse
Do que somos feitos

“Eles” ate mim vieram
e novamente foram vencidos
Orgulho-me da vitória que me deram

O calendário não passa despercebido
Os sentimentos me revelam
Em um retrato ungido ...


Recife, 2 de março de 2009

52> ALAS VAZIAS

Pálidas cores de uma manha chuvosa
Na varanda do velho hospital
Ondas melancólicas, tantos detalhes ...
Minhas flores encharcadas
Em sua jornada buscam
O brilho que não veio.

Corredores e alas vazias
Ainda vai chover mais
Ninguém me chama
Mas estou aqui,
Acredite !

Em um domingo desolado
Com o peito meio pesado
Um semblante triste me espreita
Com uma semente germinada
Acho que florescemos
Vejo os frutos e percebo
Em breve será a colheita .


Recife,primeiro de março de 2009