ECOS

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Chittorgarh-India

segunda-feira, 31 de maio de 2010

149> CARNEIROS




Ocorreu no instável e quase perdido agosto
Algumas vozes dispunham em contrario
Mas foram silenciadas
Alguns pensamentos ecoavam duvidas
Mas foram afastados

A hora de despertar e a temperatura
A forma de acordar e a desenvoltura
Resumo das preocupações onde tudo era lúdico
Então espero no balanço
Então vamos novamente ao zoológico

Sol e chuva, mas sem raposa alguma
Silencio e segredos, mas sem palavra alguma
O sopro do tão falado vento veiculava
A tão cantada chuva da nossa historia
Fértil, fértil .

A roupa de marinheira e passeio de barco
As mãos com pedrinhas e os arrecifes
Disse-me que as coisas ocorrem naturalmente
E que o depois podia não ser tão ruim
Então se deite aqui, eternamente aqui...


Recife,12 de agosto de 2009

148> OS SERES DA CHUVA E DO TEMPO *

Por que a chuva insiste em cantar aos meus ouvidos ?
Sua voz eólica sopra pequenos mundos em gotículas
Quase me perco em tantos sentidos trazidos de fora
O clarão precede o estrondo como um aviso prévio
O medo de morrer e de renascer sem ver os sinais
Sabe aquele frio que percorre a frágil carne jovem ?
Por vezes podem vir e riem-se de nossos temores
Vão enchendo o ar de uma nostalgia elétrica e telúrica
Cada vez que abro as janelas do meu próprio refugio ...

Seus filhos emanam do solo primeiro com seu aroma
Invadem o ciclo gerador que tornou-se em vida
A lembrança tão imaculada das eras mais remotas
Então o calor de outra mão me torna ao mundo visível
Como um samurai que reverencia seu único senhor
Meu elo incorruptível com o outro ver das coisas...

E quem habita na chuva, na areia, na neve e no tempo ?
E quando poderei ve-los novamente cingindo o espaço ?
E para minha jornada um vasto e incessante mundo novo .


Recife,4 de agosto de 2009

147> SINCRONICIDADE *

Lua crescente no fim do sétimo mês
Mais vivos que em todos os outros
A força gravitacional decomposta
Dois eixos e planos agora harmônicos
As palmas vinham do seres alados
Tão lindos ...
Vamos corre para ver os sinais !

A lua agora regia uma orquestra de estrelas
Às vezes um lapso dimensional era causado
A fenda da ponte entre os dois mundos
Por onde podia-se distorcer o tempo
Que escorria liquido entre a matéria
Acontecia quando eles se encontravam

Saiam de casa para ouvir nossa causa
Algo escondido no destino se mostrava
Simplesmente não podia ser parado
Luz, paz e amor eu já ouvi dos mestres
E tive ...
Ofereço o saber do olho que tudo vê
A serviço do coração que nunca se cansa

Como momentos efêmeros no tempo
Podem ser imensamente grandiosos ?
Como tudo fica claro quando fecho os olhos ?
No sentido contrario todos estão de joelhos
Se somos os verdadeiros filhos de Cain
E de uma infinidade de outros orbes
A ancestralidade permeia nosso olhar...


Recife,28 de julho de 2009

146> A CHEGADA

O paraíso não tinha espaço para meu coração
O universo não tinha fim para minha visão
As letras não têm alimento para minha emoção
É porque tudo se agiganta
Diante da energia da vida

O baile sob o os lençóis lunares
Algo que nunca duvidei em sentir
Por isso senti !

E me confirme se foi o vento que te trouxe
E se anuncie se foi a felicidade tua escolha
Olhe bem tuas irmãs todas no céu
Sorrido, brincando e refletindo-se
No mar escuro dos nossos olhos

Meus escritos tentaram te dizer
Dez mil mundos em mil palavras
Ainda não ditas ...


Recife,20 de julho de 2009

145> OS DOIS PODERES

A luz enfim rompeu uma longa treva
Um beijo que paralisou os malévolos
Cavaleiros rompem o rio das duas cidades
Onze níveis acima os sentidos em mim
Usando o olhar da mais bela de outubro
Congelaram meus ímpetos corrompidos
Causando terror nos tais sombras

Depois da explosão, o doloroso exílio
Fomos entregues a nos mesmos
Um campo de força isolava o resto
Eu não podia fugir de mim mesmo
Mas o vento trazia os teus fluidos
Atirava-me de joelhos ante as memórias
Agora vejo a obra dos engenheiros alados

A dor e solidão sentida naquelas noites
As capitais tão perto e tão distantes
Ascendeu o fogo e este a tudo transforma
Mas existia a eterna lei da atração
Como a sutil água que corrói a rocha
A semente do destino não mais latente
As cordas cada vez mais harmônicas

Após o fim da auto-obsessão da mente
Prontos enfim para a união dos dois poderes
Decididamente planos surgindo de planos
Um sentimento novo, mas nasceu maduro
Dividimos o mesmo ar que respiramos
Multiplicamos a luz que nos guia
E o céu nos presenteia com a lua cheia


Recife,18 de julho de 2009

sábado, 29 de maio de 2010

144> CÉU DE UMA ESTRELA




Eu dizia que as coisas podiam ser maravilhosas
Você permanecia em silencio
Você dizia que não conseguiria ir tão longe
Eu te deixei ir para ver-te voltar

Um vento varreu de vez nossos medos
A noite abrandou seu espírito inquieto
O dia aqueceu a alma fria
Trinta e cinco invernos encontraram
Vinte e seis outonos mágicos

Quem deu esse poder aos teus olhos ?
E quem da poder as minhas palavras ?
Ela sentiu uma conspiração do universo
Eu sinto um imenso propósito ...
Viajar sem se mover e amar sem morrer

Não tenho mais as tantas palavras !
Conheço as constelações e suas lendas
Temendo o escuro centro da galáxia
Deixo apenas minha estrela entrar ...


Recife,17 de julho de 2009
iImagem da web

143> A PRAÇA DO CRUZEIRO

A trilha de pedra subia não íngreme
Vamos descer ate o caminho a baixo
Já posso ver a praça e seus cães
Ele acreditou passar impune
Os cães não o atacaram ate a diante
Naquele cruzeiro terrível mal se abateu
A cabeça em fogo e transfigurando-se
Capacetes e elmos eram vistos
Loucura e extremo martírio
Não seriam aliviados por minha Thompson

Quando dei por mim era tarde
Aquilo se voltara contra mim
Gemidos e murmúrios na minha cabeça
Chamas e labaredas antes da partida
Assim me vou envolto por abissais trevas

Volto ao mundo físico em alerta
Vejo corpos etéreos ao meu redor
Alguns fluidos ligando-me a um
Imediatamente rompo o laço
Convoco os guardiões, serão eles guardiões ?
A paz se estabelece e a duvida permanece
Então por cautela me desculpo
Ainda os observo
Apresentem-se !


Recife(astral),11 de julho de 2009

142> INTENSO ESPLENDOR DA VIDA

Eles teimam em quebrar a magia
E tudo vira a mesma engrenagem
Onde esta o sincero brilho no sorrir ?
Só vejo cumprimentos plásticos
Opacos como a tristeza dessas almas
Ardem-se em ver a alegria da vida
Segurando livros de palavras repetidas
Rezam para um deus que não entendem
E quem entende ?

Olhe os curumins tupinambás no campo
Cantavam para mim como um coral
A encarnação das vozes primordiais
Minha essência flutua nessa pureza
Transpor a lama ate a Boca-do-Rio
Esse foi sim um belo e digno sacerdócio
Nestes dias de outrora cheios de trevas
Vi, bebi, comi, cantei, dormi, tudo luz
Afoguei-me em sorrisos e alegrias

Seguro as lagrimas, pois vivi profundamente
Imerso no intenso esplendor da vida
Só aqueles que desceram a mansão dos mortos
Subirão aos céus !
Aos céus !


Recife,6 de julho de 2009

141> 12 DE OUTUBRO DE 1942



Toda força da vontade dos exilados
Silenciosamente a aprovação do alto
Focalizada determinação de um homem
A maquina do tempo agora se curva
Onde todos no futuro se curvarão

Os dois olhos nos dois horizontes
Um celeste e outro navegável
Observavam as estrelas dançarem
Enquanto eram observados...
Naus aladas em riscos cintilantes

Umidade doce pesava salgado ar
O silencio do corpo e o grito da alma
Cautelosa manobra a estibordo
Bandeirolas, estandartes ao mar
Presente e futuro agora em terra firme

Quem mais veria o Novo Éden ?
Onde toda maldade foi interrompida
Serão dignos os meus zeladores ?
Em nome da aliança de Aragão & Castela
E no nome do nobre florentino Vespúcio

Que venham os outros filhos de Atlântida
Seus irmãos perdidos e a muito separados
Amor e ódio, sangue e ouro, ambição e sonho
Novamente fundidos em mais um continente
Herdando a grandiosa saga humana na Terra ...


Recife,5 de julho de 2009

140> BOSQUES DA BAVARIA

A farda limpa e bem passada
O brilho das medalhas
O brilho do olhar
Felicitações aos bravos

Medidos os dias em despedidas
Encantamento no exato retorno
O espírito jovem nos ásperos dias
A morte precoce, mas esperada
Straus e uma ultima valsa
Dancemos como se fosse a ultima vez
Antes do aroma e fresco da juventude
Se dissipar em sangue, suor sem lagrimas.

Aquele ruído de vespas metálicas
Transfixado por duas vezes
Inerte no ar as pupilas dilatam
E refletem a doce infância
Risos nos bosques da Bavária
Tomba um homem, mas viam um inimigo.
A guerra acaba, mas besta permanece,
Viva naqueles que viveram...


Recife, 4 de julho de 2009

139> A LUZ VELADA




Sagitario aponta o risco
Maya nao via a ameaça
O fim do ciclo do laço
Os generais de Irshu se vão
E com eles o codigo
Tudo precisto e orquestrado
No governo oculto do mundo ...

Mais de cinco milenios depois
Ainda se compra e vende ilusões
Mimetizadas em um arcano a mais
Elitizando as forças naturais
Estilizndo-se em trajes rituais
Caidos no outro lado e despreparados
Para o abismo de horrores

Blasfemia e pretenção desta matematica
Serão varridas dos treze mundos
Pelos filhos da luz velada
Escute a "sublime canção"
Este som que a tudo integra
O reflexo do cone da vida
Nas petalas de uma margarida


Recife(astral),12 de junho de 2009
Não se iludam , essas palavras são para pouquíssimos seres viventes .

138> ANJOS DE UMA ASA SÓ

Som de gotas contra o chão
Poeira que se envergonha do arido
Havia outros grandes mistérios
Não estou mais do lado de fora
Jure que não mudará de lado
Anjos de uma asa só
Anos com um só proposito

A agua enchia o navio gota a gota
No escuro labios frios me asfixiam
As pinturas perdiam-se manchadas
O pintor morrerá se não as abandonar

Sua névoa obscureu os horizontes
Existiria alguem em terra firme
Mas o farol sempre estara lá ...
Brilhando sobre a ilusão
Das trevas dos nossos dias
Um eterno aviso a escuridão
De que sempre será transitoria ...


Recife,1 de julho de 2009

137> QUARTO ANO

A lógica era cruel com os sentimentos
Muito tarde para se lamentar
Ou muito cedo para comemorar

Mundo incansvelmente preciso
Um ser podia estar milhas longe
Inconstantes medidas materiais
Tenho agora que ir e voltar
O fim logo estará de volta

Velhos semblantes se renovam
O jogo dos anos esta retrocedendo
Como um dia o universo se unirá
Em um plasma chamado amor ...


Recife, 30 de junho de 2009

136> RECOMEÇAR

Acordou de um sono de tres anos
Mostrei-a um novo sorriso
Esperando durar para sempre
Redefini os espectro das cores
Para tudo ser mais belo
singelo ...

Jupter brilhava tanto este mes
Na curva bem ao nosso lado
Cada movimento meu
Cruzava o horizonte visivel
Buscando mover sua sombra
Estatica ...

Algo nasceu apos uma morte
Na ultima maré cheia
Não desista de ser voce
Não desisto de ter você
E na atual maré vazia
Recomeçar ...


Recife,30 de junho de 2009

135> PROCULO






REFLETIA O BRILHO NO POÇO INFINITO
A PALIDA AMALGMA TRIDIMENSIONAL
AS PONTES VELADAS POR GUARDIÕES
INABALAVEL FÉ A MUITO INCOMPREENDIDA
E AGORA TÃO LONGE DAS PLEIADES
NUNCA NOS DECEPCIONOU
MESMO DECEPCIONADO
NUNCA NOS ABANDOU
MESMO ABANDONADO
SEMPRE NOS AMOU
MESMO TÃO ODIADO

TROQUE SUAS VESTES CELESTES
ABRA PASSAGEM PARA QUEM SE DEVE
ONDE FACHOS DE LUZ NÃO SE CRUZAM
NA ORBITA ESCURA DESTE ORBE
O REAL EXERCITO DA SALVAÇÃO
PORQUE AS VEZES
NOS ESCURECEMOS NAS LUZES
E NOS CLAREAMOS NAS TREVAS ...


Recife,28 de junho de 2009

134> UM OUTRO PUJA *

DEITADO NO LEITO NO MAR
COBERTO POR ESTRELAS
NO TECIDO IMANIFESTO
FLUTUA ALÉM DO ATMA
REAL CORRENTE SONORA

VENHO TRAZER UM PUJA
SENHOR DOS CAMPOS ETÉREOS
OLHA ATRAVÊZ DESTA ALMA
QUE VIBRA NO TEU DAMARU
ALÉM DA VIDA E DA MORTE

E QUANDO SE PERDER O CALOR
AOS TEUS INIMIGOS O TERROR
ALIMENTO DA NOBRE CANÇÃO
VEM RENOVAR COM TEU FOGO
NOSSOS DIAS DE LOUVOR


Recife,22 de junho de 2009

133> REDEMOINHO DE LUZ




A paz retornou naqueles tres dias
Um momentaneo descanço ao anjo
Ja que estas tão longe do diluvio
E o mar silenciosamente avança
Mas esta noite minha calmaria

Cinza-prata, cinza-cinza, cinza-azul
A troca de tons e o vento vem avisar
A tempestade que vai chegar
E nossas vidas definitivamente mudar
Varrer toda a ferrugem da alma
O fim do tempo como nós conheciamos

A grande armação do divino
inevitavel, fatalmente impossivel
So unidos pode-se atravesar
A pior tormenta do seculo
Mas nos é deixado a escolha
Vencer juntos ou cair sozinhos ...
Preparem-se, o circulo será fechado


Recife,22 de junho de 2009

132> CIRCULO DE FOGO

Sempre corriam da luz do sol
Abrigados na curvatura da terra
Alem da linha terminal
Nessa fuga eterna, perdiam-se

Distraido pela insanidade da paixão
Cego aos chacais que se aglomeram
Novamente no circulo de fogo
Alvejado depois daquela chuva
vermelho dilue-se em laranja
e esta dilue-se ainda mais
Uma imparcial legião observa
Apta a romper as infames mandibulas
Com os verdadeiros executores-da-lei

Nesta hora você se apresenta
Aliviando essa tormenta
Como algo que vem no ar
a me endorfinar
Tudo uma conspiração do universo
A força vem de todos lugares
Sento-me outra vez perto do céu azul
Os astros unidos em um novo abraço
Assistindo os inimigos em colapso


Recife,21 de junho de 2009

131> MADRUGADA COM BEETHOVEN E FORMALHAUT *

UM PASSO POR VEZ
ASSIM TALVEZ
SOMENTE TALVEZ
MEU PIANO E O GÊNIO SURDO
O CÉU E MEUS MAPAS
SE ENCONTRARÃO ENTRE RABISCOS

UMA BRISA ME ROUBA
SO ALGUNS INSTANTES
ATE OUTRO IRREVOGAVEL FATO
TRAZER ALGO DISTANTE
DE VOLTA AO SENSORIO
SO MAIS ALGUNS INSTANTES ...

VENHO DESFRUTAR DO SOM
DEGUSTAR A NOITE MINHA
O ECCO CHEGA A FORMALHAUT
QUE ME DEVOLVE BELEZA
E PEDE MINHA TRISTEZA
COM JUPTER TRIANGULANDO A LUA

DEIXO-OS COMO ESTÃO
CHEIOS DE VAIDADES
LEMBRO DOS TEUS SEGREDOS
TODOS QUE NAO CONTASTE
INSPIRAÇÃO LEVADA DESTES MOMENTOS
SUPERA A MORTE E SEUS MEDOS


Recife,15 de junho de 2009

130> VALSA DO DESESPERO

La fora um novo palco
Sem os olhares indiferentes
Essas ruas quase vazias
Emolduram ideias descrentes
Assim finda uma batalha
Dentre varias...

Me permita a contra-dança
E permita-se
Gire, gire rápido, me abraça
Ainda com luzes acesas
Por não ver as trevas
Não importa mais
Feche os olhos e valsemos
Ao som inquietante das almas
No ritmo dos corações partidos
Na frieza de um mundo torpe


Recife,14 de junho de 2009

segunda-feira, 24 de maio de 2010

129> IRMÃ SEMENTE E A SOMBRA DIVINA




Eis que soprava forte o vento sul
Então temos o sentido mais reto
Serenidade arriscada em percepção
Envolto por matéria tranformada
Chapéu, crucifixo, telescopio
Envolto em energia transbordada
Lua cheia,fluidos magneticos
Envolto em emoções indescritiveis
Fervor, paciencia , firmeza

Clima, coraçao e mente revoltos
Além de meus intrumentos ópticos
Bem alem...

E se apresenta o sentido oculto
Mais e mais vem e nao se vai
Morfeu e as viagens aos umbrais
Mares psiquicos e sombrios
Aos quais não faço parte jamais
Mas em missão este barco me tras
Continencia as guerras inacabadas !
Civilizacões todas atormentadas
No fim so eu e minha irmã semente

O conjuto da obra se glorifica
Afogando em pseudo-fe os clementes
Afrontando a motivaçao dos tementes


Recife, 9 de junho de 2009
Também postado na Fabrica de Letras

128> FRENTE A FRENTE

Salto para a dimensão do meio
Sons, sinos e tudo lentificado
Terrível dor do conhecimento
As vezes tudo parecia feio
Lava, espectros e carvão calcinado
Pelo fogo tudo consumido

Um brilho verde vem
"Ah, que cheiro de jasmim"
Aproxime-se e deixe acontencer
Folhas de louro são proteção
Em fim estamos frente a frente
Sempre que assim proceder


Recife,10 de junho de 2009

127> UM DIA

Me levou tão alto
E amei o azul
Aquele meu sorriso
E o tempo não para
Mas quando juntos
Criamos realidade

A cadeira proxima
E a canção italiana
Você fecha os olhos
E a emoção salta
Algumas meias verdades
E tantas saudades !

Sem amor para brindar
As fontes secam
As flores murcham
Cores acinzentam
Ate que um dia...
Bom dia ...


Recife,10 de junho de 2009

126> ZELADOR DA LUZ




Com as roupas de fluidos gastas
Sentado na saida do tunel
Eu e minhas vividas memorias

O que zelou em silencio
O sobrevivente da solidão
Aquele que se fez luz nas trevas
Quem foi alvo agora reivindica
Sem temer o peso da lei

Ansiedade e amargura vem, sempre vem
Mas deixo que atravessem
e passem, passem

A explicação em duas variaveis
Em que caminho de sombras estas
Agora que estou tão perto
Do reverso de todo esse mal
Aqui nas palmas de nossas mãos

Mas tocar-lhe a alma assim era proibido,
Dependeria da força de sua vontade
Acabar de vez com essa maldade

Queria destruir o livre-arbitrio
E te tomar da escuridão
Esquecer a lei-de-pemba
e dissolver as obscuras legiões.
Zelo enquanto a hora se aproxima
De começar o que não pode ser parado...


Recife,6 de junho de 2009, imagem da web

quinta-feira, 20 de maio de 2010

125> A ULTIMA ESQUADRILHA




A marca das asas douradas
Na ultima esquadrilha

Decidir entre o amor e a distancia
Vem tomar minha alma
Vem evitar essa partida
Sem mais lagrimas

E vejo novos confrontos
Pele a pele
Face a face
Um ultimo mergulho evasivo
E a Luftwaffe via seus garotos
Desaparecerem no mar...

Renda-se, renda-se
Vamos para nossa casa
Aquecer meus lábios frios
Só esta noite...

124> O BEAGLE PERDIDO

Avançava ano a dentro
Quando pensei que acabaria
Me vi nos retrovisores
Enxarcado de resignação
Em tudo buscava um sinal


Como que do nada ele veio
Apareceu meio timido, desconfiado
Tricolor era aquele Beagle
Vagando numa fria Recife
Também buscando por algo


Acabo por sorrir deste paralelo
Percebo que nesta sexta
Cedo alguem pensava em mim
Bate teu coração no meu peito
Desaparece todo essa medo


Recife,5 de junho de 2009

123> LEVANTA-TE

Pensei naquele nome
Respirei lento e profundo
O clima se altera a contento
Muitas palavras ao vento
Mas eu estive lá
Mas eu estive lá

Ofereci o que será meu
Sem sorrisos no fim
Fugi da verdade que se arvora
Com lagrimas no fim
Mas novamente vou mudar

Eu e oito anjos te observamos
Criamos espaços bem diferentes
Atento aquele canto da cama
Um abraço que te libertará
Levanta-te e grite meu nome !
E você entenderá ...


Recife, 1 de junho de 2009

122> LUZ DE AZEITE

Uma única luz havia
A lamparina queimava azeite
O cômodo era privado
O portador da espada templária
Apreciava aqueles elementais

Em sonho o aviso fora dado
Ele entendeu sem saber
Sem mais ter poder, afastou-se
Tendo feito o antigo resgate
Liberando aquele karma

Uma nova porta que se abre
Não gastaria os anos do céu
Cego a toda luz do sol
E eu era este sol invisível
Imensurável aos pequenos mortais

E agora o frio aumenta
A conta de tudo se aproxima
Desde que você escolheu a morte
Eu vivi no fim do mundo
Mas a primavera muda tudo...


Recife,30 de maio de 2009

121> O DOMADOR DE CAVALOS

Surdez para tudo que tenho a dizer
Tal mecanismo não permite retroceder
O domador de cavalos indomáveis
E aqueles cabelos negros...

Logo quando você veio levar
Acho que não consigo voltar
Cheio dos meus milagres
E aquela mesma voz...

Eu pensei e pensei em você
Do estar medico via-se a roseira
E também tudo aquilo
E aquela antiga escultura...

Tentei ir longe de mais
Mas sempre te tive em mente
Realmente pulei a janela aberta
Sem aquela tua calma...

Apostando contra o próprio eu
Eu me esforcei tanto, tanto
E enfim você se importou
Quando aquele vento soprou...


Recife,30 de maio de 2009

120> REQUIEM PARA UMA ESTRELA

Chore pela criança morta em mim
Aquela que um dia você amou
E os anos são tão implacáveis
E essas dores são tão implacáveis
Darei-te o que dela restou

Costumava cantar em voz baixa
Contava os mais singelos momentos
Enterrava toda negação cética
Sonhava em receber seus cumprimentos
Um vaso de beleza eclética

O enforcado e a torre invertida
Novamente o carro... oh minha sete saias
Sobrevivi a tudo e a todos
Para queimar assim ?
Impotente de joelhos ao grande destino ...

Ouvia piano quando você nasceu
Meus olhos brilharam pela primeira vez
Estava no inferno quando você chegou
Meu coração amou na primeira vez
Aprendi a lição enquanto você sofria
Amor assim em vida, uma unica vez ...


Recife, 28 de maio de 2009

119> ALÉM

Todos disseram que estava morto,
Mas não enterrei
Quando pareceu não ter sentido,
Eu insisti
Avancei ate onde era o dito fim
E fui alem
Mesmo no gelo do inverno
Eu continuei plantando
Mesmo quando sozinho
Continuei amando
E quando todos estavam estáticos
Eu continuei mudando ...

Então deixo um aviso
Aos em rota de colisão
Eis que encontrarão uma rocha
De firmeza e propósito

Então recolho este momento
Aos que roubaram meu tempo
Eis que cegarão em uma tocha
De fé e devoção


Recife,25 de maio de 2009

118> AMOR, A DIVINA ARTE DA CRIAÇÃO

Olhei de volta e não me vi
Percebi acima deste mar
A natureza do nosso amor
Sem mais nada para falar
Sem medo de toda dor

Jurei que nunca mais iria voltar
Promessas que adoro quebrar
Te chamo nos ares do vento
A fim de quebrar teu tempo
Para perfumar toda uma vida

Olhos que derrubaram um anjo do céu
Sentimentos que inundaram as ruas
As estrelas em um sistema binário
Geram agora todos elementos essenciais
Ao amor que é a arte divina da criação ...

Um desejo de unir tudo que foi separado
Explodir tudo que a vida implodiu
Ferver os oceanos, derreter as calotas
Aceder a chamas da noite e tombar o sol
Enluarado, enluarado ...


Recife, 24 de maio de 2009

117> NOITE REVELADA

Cada encontro cedia o véu
Pelos deuses como posso lembra?
Não esta certo saber ...
Mas a noite clareava-me tua alma
Os desejos íntimos compartilhados
Revelação

Mas ela guardava vaga recordação
Eu impregnado de cada segundo
Ela vem sempre à noite
Nos vivíamos sempre à noite
Mas leve esse amor para o dia
E traga mais dia para a vida


Recife,23 de maio

segunda-feira, 17 de maio de 2010

116> IV LEGIÃO



Acalma-te sob teus novos desígnios
Guerreiros da luz não podem ser feridos
Ergue tua espada sob tua fronte
E que gire o mundo sob tua lamina
Que caiam os obscuros a tua frente

Assim foi dito e assim foi feito
A visão se estendeu ao futuro
A dor do tempo voltou aos tolos
Almas jovens, inquietas e perdidas
Presas fáceis dos antigos lobos

A quarta legião do exército celeste
Vigia através do olho do touro
Guardando no céu a porta do leste
Derrama teu brilho vermelho-ouro
Guia-me ante ao caos e as trevas


Recife,22 de maio de 2009

115> OUTRA NOITE DE SONHOS REAIS

Eram tantas salas escuras
Algumas pessoas bem conhecidas
Portas que levavam a portas
Mas sei como te encontrar
No canto frio de uma sala
Encolhida para a noite
E para a vida

E venho e trago calor
Eu vou levo tua cor
E já era hora de ir

Imperativa era tua queixa
Ele teria de desistir da queda
Um caminho entre dois mundos
Dessa vez não vi tua real face
Não tive teu real beijo
Minha mão agora sente a bainha
Da minha velha angelical espada

Vejo os olhos pesados de outono
Sem saber da vinda de um inverno
Pronto para cristalizar teu sangue

Esperei alem da hora de partir
E me fui em terrível negação
O céu derramado nos cabelos
Assim estava ela, intangível
Prisioneira de suas escolhas
Privando-se de conhecer o amor
Por acreditar que já o tinha

Parto para alem dos olhos como fora sugerido
Deixando um rastro de pureza que consumirá
Nossa casa de ladrilhos e tijolos aparentes...


Recife,22 de maio de 2009

114> PORTO DO ALÉM-MAR *

O espaço dos devotos do amor
Revertia todas as historias perdidas
Embala um impulso sem medida
No tom de musicas cheias de dor

Não foi possível no atalho
E o caminho era longo
O caminho para casa ...
Nesta arvore o belíssimo galho

Deixe-o passar solitário novamente
Assim como veio ao presente
E como rompeu com o passado
Atravessando um rio de desventuras
O amor venceu todos males

Náufragos nos sete mares da vida
À noite em prontidão no porto
Ninguém retorna da água gélida
E em meus braços quentes
O calor da mesma febre ...


Recife,20 de maio de 2009

113> SÃO JOSÉ DO HORTENCIO




E corria livre de tudo
Nada podia impedir as fadas
E sob lagrimas vi o sentido do amor
O fogo recobria meu coração
A visão se intensificava
Como que mais perto do passado
Bem alem das coisas objetivas

Minha vela de toda fé
Uma historia tão mal contada
O curtume perto da ponte
Que deus o tenha senhor Max
Dei tudo de mim

Um mundo de bondade
Que deixou tanta saudade
Prepare o cavalo do doutor
Traga a cuca e cuidado com o trator
Diga a Débora que sonhei com Raquel
No inverno que nunca passou...


Recife,18 de maio de 2009
Dedicado a todos do posto de saude de Sao jose do Hortencio - Rs, lembrando Darci e familia e Debora que eh uma grande alma ! Dedico tb a Raquelzinha ! Vcs todos sao INESQUECIVEIS ...

112> SIAMESA

Fazei a nova vida brotar do seio da terra
A caverna do deserto a fonte e o ninho
O símbolo de vida em minhas mãos
Mas mãos muitos jovens ...

Quem nascerá sob o vermelho Antares
O que trará a forca do céu estrelado
Unindo tudo que foi afastado
Poemas, palavras e meus temas solares
Tenho certeza de estar preparado
Planos dentro de mil lugares

De fora te vejo dar as mesmas voltas
Era tão nova minha alma siamesa
A bússola que usei com destreza
Na mira das flechas de sagitário
Ainda bem que te apontei a certeza
Ainda bem que você veio me ver
Ainda bem que tive um pressagio


Recife,20 de maio de 2009

111> O GIGANTE





Diário da madrugada abstrata
Encruzilhada da meia vida
Sentado tomo a devida medida
Os vejo todos na sala rindo
Não alcançam o rio profundo
Não importa para onde estou indo

Agigantam-se minhas aspirações
Duvidas que não mais me vem
Veja todas aquelas direções
Creia quantas opções se tem

Os passos não mais aceleram
No entanto tornam-se mais largos
Posso caminhar com tua ausência !
Podes ficar sem minha presença ?
Sinta toda essa essência
O tempo trará a sentença

Olhemos firmemente adiante
Enterrando esses falsos desejos
O fardo de tantos anseios
Fizeram surgir um ser gigante !


Recife,17 de maio de 2009

110> TEU JEITO

Vem me embalar ao ar
Salta-me a retina em paz
Mundo mágico que construí
Aqui esta !

Mãos dadas atravesse a rua
Via tua sombra toda nua
Acolhe minhas asas cansadas
Teu colo uma enseada

Nada destrói as cordas
Atrevesse o mar inquieto
Cruzo o ar rarefeito
Te toco daquela forma

Tudo fica radiantemente azul
Quando unimos
O teu jeito ao meu beijo
O meu céu a tua terra

A mistura de encanto e pesar
Minha seriíssima criança
Meu néctar na casca amarga
Teu jeito, teu único jeito ..


Recife,17 de maio de 2009
...

109> O SOL SEMPRE VEM

Posso ensaiar ate um sorriso
A vida e suas largas margens
O amanha sempre vem
Algumas parecem tão longe
Ate que o sol vem de vez

O envelope já esta pronto
Cheio do que quiseres ver
Teu porto seguro na vidamar
Ou mais bobagens pueris
Só sei que o sol sempre vem !

E como amo suas roupas cinzas
Sempre quis ver-te naquela roxa
E sonhava com a blusa amarela
A aquarela que me iluminava
Espere que o sol sempre vem


Recife,15 de maio de 2009

108> BELA TARDE DE OUTUBRO

Quase uma lua após aquela cruzada
As trevas em sua momentânea vitória
Iludidas pela minha inerente dor
Perdidas por não serem atemporais

Um acido veneno corroí o peito
Afastando-me do que me afasta !
Vinde socorrer o teu socorro
Vinde se socorrer em meu socorro

A lua viu a relutância em ver
A rua viu-te tombar em meus braços
O anjo que ouviu tuas promessas
Numa bela tarde de outubro


Recife,15 de maio de 2009

107> LA BELLE EPOQUE

XIV
De sete em sete tudo avança
Mansão da avenida velha saneamento
Angelita vai voltar estas férias ?
Mas estou na casa de Colin

XXI
Luzes no painel na rodovia escura
Calculei todos espaços possíveis
A arte da velha física que abandonei
Na guerra referente à saúde

XXVIII
Meu ultimo adeus na navegantes
Aquela cidade era inconstante
Estratégia da terra devastada
Ordinário marche !


XXXV
Um amor e uma dor em maio
Decreto la belle epoque
Terra pronta e as sementes triadas
Le jour de gloire est arrivé !


Recife,14 de maio de 2009
Aracaju, Recife, Porto Seguro, Salvador, Cidades separadas por sete anos ...

106> NA SOMBRA DA LUA

Três anos após a besta interna
Começar a ser derrotada
Desperto ou a morte condenado

E ando oculto entre os vivos
Vigiado e conhecido pelos mortos
Ainda choro na sombra da lua
Escondido deste mundo
E daquele olhar profundo

Quem é o filho que espera para nascer ?
Quem era o terceiro aliado
Emergindo na piscina do tempo
A resposta bem a sua frente
Em outra decisão atormentada

Respostas inspiram mais perguntas
Algo que espanta o sono
Será bem diferente mas acontecerá
Uma esperança suavizará os semblantes
E nada será mais como antes


Recife,11 de maio de 2009

105> NA TERRA OU NO CÉU *

O vento frio que entrava
Alimentando as tristes notas
Um piano executava o dia
Passos distantes nas escadarias
Momentos tão rebuscados
Aqui almas perderam o compasso
Naquela noite foram desgarradas

E pousa a fina neblina
Queria apenas saber
Em que abismo ela se inclina
Às vezes assustava-se com esse poder
Procurando algo que a defina
Encontrando algo que não devia ter ...

A musica eleva o tom
Para uma alma que vibra
Palavras não mais sintetizam
Será que o tempo desistiu de nos ?
Ou desistiu apenas de passar ?
Um dia subiras estas escadas
Com passos não mais distantes
Seja na terra ou seja no céu ...


Recife 9 de maio de 2009

104> DESPERTO

Às vezes sou convocado
Em verdade arrancado
Parto sem saber
Nem os porquês
Som metálico e magnético
Faíscas e fagulhas

Uso do som forte
Paredes perdem definição
O tempo é cortado
O espaço violado
Imagens, imagens, imagens

Tenho meu papel
Não sou acompanhado
E tudo recomeça
Uma batalha sem fim
Enfim sou conhecido
Agora que estou desperto .


Recife,9 de maio de 2009

103> FUGAS FUGAZES

Como posso fugir de mim
Se agora sou eu mesmo ?
Como podes fugir de ti
Se não es tu mesma ?

Levas-me pelas ondas
Para longe do teu sono
Não era assim que querias ?
Tanto querias ...

Trago-te pelas mãos
Para junto de ti mesma
Era isso que tanto temias ?
Tanto temias ...

Me trazes pela noite
Para junto do teu corpo
Que será só meu ,
Só meu ...


Recife,9 de maio de 2009

102> TRÊS PARTIDAS

Meu suor após as três partidas
Reflete a dedicação
Respeito à mudança de estação
Deixem apenas lembranças queridas

Ela sofreu nove meses e se foi
Um novo parto no alem
Ele logo chegou e partiu
A mais velha não me sorriu

E todos levaram meu rosto
Como ultima lembrança
Como ultima palavra
E como uma nova vitória ...


Recife,9 de maio de 2009
Três obitos neste dia ...

101> NÓS ANJOS...

O destino sincrônico...
Enquanto suava
Tua voz me falava
Mas o trabalho era árduo
Sexta feira da passagem
Enquanto suava
Trovoes apareceram e trouxeram
Ate mim a chuva
A mesma que caiu em ti

Lagrimas do céu de maio
Que choravam por nos
Minha dor inundou tua cidade
Não por impulso ou maldade
Mas por pura saudade !
Um deva mostrando o sinal
Que supera tua vontade
Nos anjos seremos lembrados
Quando houver necessidade...


Recife,9 de maio de 2009

100> A SETE DIAS

A garota parecia chorar
O lar agora solitário
Separei o óleo para ofertar
Ao coração que não quer parar
Quem fez o ultimo comentário ?

A madrugada veio reprovar
E uma brecha na telha
Me faz fugir ao luar
Ela pareceu tão velha
Na sua fase crescente

O que fizeste há sete dias
A meia noite a minha queda
Surge outra silenciosa lagrima
E por tudo que passei
Nada mais me deterá ...

Sei que estarás protegida
Com tua estrela no peito
Minha mão treme agora
Lembro da sussurrada voz
“ainda não chegou a hora”


Recife,8 de maio de 2009

99> CINCO ANOS EM CINCO DIAS

Em instante só as paredes
E tudo se fechou
Quando fui exigido
Silencio
Fuga

Velho sentimento de perda
Triste emergir do passado
E se faz a ilusão
Toda baseada em posse
Toda busca por teu toque

Vacilante ela se vai
Retrocedo para avançar
Com ela foram meus anos
Comigo vieram seus danos
Sem saber ate quando ...


Recife,5 de maio de 2009

98> ULTIMA NOITE DE ABRIL

O que você faz agora ?
O que fará amanha a noite ?
Por onde eu for
Terei que olhar para os lados
E por sinal sei bem onde olhar
E ela se aproxima invisível
Como as pecas do destino
Pálida me observa
Desligue por vinte minutos ...

Me fez rir e chorar
Me deu e tirou
Mortes foram evitadas
Uma mãe foi preservada
Tudo foi medido
Mas eu não sabia
E ela não esperava
Os cabelos derramados no colo
Olhar fixo no chão
A voz rouca e presa
Tua duvida
Nossa dor


Recife,5 de maio de 2009

97> MINHA ALQUIMIA

O destino me sorriu
Depois que me partiu
Terei tudo que perdi
Serei o que deveria ser

Um grande foco
Na mesma vibração
Um lindo horizonte
A mais bela historia

Poucos se motivam com a dor
E se transformam no fogo
A mesma substancia de uma estrela
Reflete a beleza de uma flor

Lagrimas me farão rir
Espíritos me fizeram ver
Tudo que me faz sofrer
Me trará mais poder


Recife,5 de maio de 2009

96> PARTIDO

Minha varanda toda molhada
Meu céu encoberto pelas nuvens
Minha respiração pesada
Meu deus como dói...

Meu sentimento iludido
Meu coração dilacerado
Minha alma agoniza
Por que tão fria ?

Choro no chão e no ar
Chora o céu e a terra
Minhas lagrimas representadas
Na chuva que trouxe e levei

Incondicional ou leviano ?
Que escolha insana...
Realmente a fronteira
Entre felicidade e tristeza .


Recife, 2 de maio de 2009

95> O TERROR DOS TROVÕES *

Chegou a tempestade e seus trovoes
Quem foi falar com Zeus ?
Era sabido que era dos teus
O zunido metálico dos zangões
Mas o terror não varia
Não se assuste nesta agonia
A natureza só seu rumo seguia

Sinta apenas o que te valia
As fendas do céu flamejantes
Não terão em nos pontaria
E que levem teu grito
A chuva tua dor escorria

Quem retira teus pés do chão
Levanta-te para mostrar
Com inerente emoção
Que as tormentas que se vão
Existem apenas lembrar
Que em tudo existe razão


Recife, 2 de maio de 2009

domingo, 16 de maio de 2010

94> UMA BRILHANTE PASSAGEM

A geografia foi a única mudança
Venho de longe para ficar longe
Uma teimosia remota a infância
Traços que não se dissipam
Ladrilhos unidos em fractais
E nada mais obstrui a vida
E nada mais me distancia

Perfeito, doloroso e completo
Um exercício infinito
Saio com a mala cheia de lembranças
Terras distantes em tempos vindouros
Quase sempre olhamos para trás
Esta instabilidade assemelha-se ao universo
Nosso universo

Meu alfa, meu Omega desconhecidos
Castelos de areia todos habitados
Uma vida paralela nos sonhos
Vapores de um passado abençoado
Dissabores moldam os verdadeiros
Existência é efêmera e infinitamente bela
Então que se abrilhante minha passagem !


Recife,29 de abril de 2009

93> A ILHA

Uma flauta doce era o chamado
O trabalho quase completo
Ao sobrevivente boas vindas !
Na construção do novo reinado

Vem de longe e deixa
Vai para perto e leva
O fim do nada
O começo de tudo

Mas o aviso fora dado
Teu mar agitado
Nele fui um naufrago

A ilha agora minha
Desabitada e sozinha
Espera a calmaria


Recife,2 de maio de 2009

92> DANÇA SOLAR

Mas eis que vem um novo sol
A sombras são afastadas
Passos mais largos podem ser dados
Uma forca incessante
Nada podia encarar o brilho
Tome de sua centelha
Abasteça o âmago da vida

Saltos atômicos e vibrações
Nos tambores de sua canção
Abra os braços para receber
Ele e suas lareiras de fusões
Regente de uma grande nação

E surge tudo novo
E em cinzas o antigo
A luz que tudo vê
Os olhos de deus
Mostram então
Tudo que é teu


Recife, 1 de maio de 2009

91> MEU JARDIM CHUVOSO

Aos saltos chegou a manhã
O chão escorregadio
No corredor vazio
Acaso era demais familiar
A precipitação de pensamentos

O orvalho ainda úmido
O sol ainda mudo
Um sentimento impertinente
Escondido e sempre presente

Cautela nos curativos
Prontidão dos sentidos
Assim procede a alma
Quando o amor se cala

O encanto quase se perdeu
Mas ainda falo com as rosas
Apesar do sangue que escorreu...
Guardião de todas belezas,
O espinho que crime cometeu ?


Recife,14 de abril de 2009

90> O ANJO E A CIDADE

Tamanha era a tristeza daquele anjo
Contaminou toda uma cidade
Estava no frio das manhas
Nas almas flutuando perdidas
Invadiu todas enfermarias
Lembrei-me da criança e da piscina
A água paralisante

Otavio Mangabeira, três da manha
A rua toda minha
O sentimento não era mais o mesmo
A realidade visível
Vislumbro o seu tecido invisível
Uso de critérios técnicos
Mas foi uma boa tentativa

Sua atenção volta-se a mim
Como uma luz polarizada
Aquela vibração que volta
Poe a prova tua firmeza
A vontade de perder o controle
Não é bom afrontar um anjo
A menos que se seja outro ...


Salvador, 28 de abril de 2009

89> FIM DAS PRIMAVERAS INCOMPLETAS

Outono te trará a chuva
E tudo que desejas abraçar
Noites enevoadas e enluaradas
Um relâmpago na mente
E um trovão no peito
O descanso almejado
De fato era a tua liberdade
A volta ao mundo dos sonhos
O nosso mundo !

Lembro das primaveras incompletas
E de como você me tomou
Sentiram minha falta os anjos ?
Só mais alguns anos...
Só mais alguns anos...


Recife,22 de abril de 2009

88> PÁSSARO NA JANELA

Um passaro na minha janela
Veio me revelar
Uma nova abertura
E a cor dos cabelos dela
Vem me lembrar
A atual conjectura
Nem mesmo ela sabia
Vai me desvencilhar ?

Hora de esvaziar as ruas
De rever os nascidos
Sob o sinal do sol
De esquecer os vencidos

Um corpo alvo e sem marcas
A mente marcada e obscura
E naquele jogo de cartas
Tudo que fiz foi com ternura.


Recife,20 de abril de 2009

87> DUAS JOIAS DO CÉU

Do outro lado da cidade
Alguém tenta manter-se firme
Escrevendo a infelicidade
Sozinho em seu auto crime
Ninguém sabia de onde ele vinha
Disseram que das luzes do céu
Pelo brilho que tinha ...

Na outra cidade estava ela
Encolhida em seus mistérios
Retratava sua invisível aquarela
Escondia-se nas horas do dia
Às vezes ela o buscava
Às vezes ela o amava
Resguardava-se de tudo que temia

Um belo par !
lindos, altivos, orgulhos
incompletos, solitários e tristes
a natureza os fez assim
diamantes brilhantes, brilhantes...


Recife,15 de abril de 2009

86> DOCE AMARGO

Continue falando ate eu adormecer
E deixar este mundo mais uma vez
Antes do dia que clareia
Verei ainda aquelas crianças
Que se perderam em danças
Depois conte tudo que você fez
Enquanto te faço tranças

Meu amor
Não dizia nada para mim
Ao se entreter em seu mundo
Dizia para si que era o fim
Vendo diante de si o vale profundo

Algumas palavras em atenção
A quem um dia foi só coração
Parabéns por sua obscura maneira
Minha querida companheira
Se a infelicidade te bater a porta,
Olhe se ainda estou a sua volta...


Recife,15 de abril de 2009

85> HISTORIAS DO OLIMPO

Enquanto a porta se fechava
Vi escoar lentamente
O ultimo facho de luz
Projetava uma sombra feminina
Um destino em forma de cruz
Com abafados suspiros de devoção

O que será desse destino ?
A vida atropela o peregrino
Uma matemática precisamente incerta
A maré esta cheia,
O céu carregado,
Meu espírito pesado

Um grito contido no intimo.
O primeiro encontro,
Um capricho de Zeus
O primeiro beijo
Fez ate sorrir Afrodite...

Quem juntou, separou e juntou de novo
Não viu quem te cegou
E fui impelido a continuar
Ainda sonho que a porta se abra
Ainda sinto a vida amarga ...


Recife,13 de abril de 2009

84> TEU NOME *

Dei teu nome a uma flor
Assim posso observá-la
Tuas marés altas
Tuas marés baixas
Assim pude chamá-la

Dei tua alma a uma cor
Então pude roubá-la
Tuas alegrias
Tuas tristezas
Assim posso equilibrá-la

Dei teu corpo ao vento
Assim pude senti-la
Teu cheiro
Teu gosto
Assim posso aquecê-la

Dei teu coração ao tempo
Então posso imortalizá-la
Teu brilho
Tua singularidade
Assim pude amá-la


Recife, 13 de abril de 2099
Singelo, gosto muito .

83> JIHAD

A guerra foi estendida
Chegou aos recantos da minha alma
A seda do tempo se rasgou
Uma forca vem e acalma
Sonhos de existências passadas
Aquela certeza que aflorou
Nas frentes de batalhas preparadas

Os combates na Bavária
O descanso no teto do mundo
Os mais enfurecidos mares
O encontro da nova Índia
Preces junto ao tumulo
A mão que oferta a rosa
Em homenagem aos esquecidos

O passado agora é presente
E juntos teremos o futuro
Sem aberrações em nome da fé
Acorrentados a tamanha ignorância
Julgam-se representantes e escolhidos
Incapazes de lutarem a verdadeira guerra
Aquela contra eles mesmos...


Recife, 12 de abril de 2009

82> SENDA DO ESCOLHIDO

Aqueles seres cheios de esperança
A corda vibrava harmônica
Não esperarei ate a ultima taça
Nunca mais os decepcionarei
Por tudo que um dia amei

Sem um único abraço
Cerro os olhos para sentir
Os redemoinhos de areia
Desconheço o capitulo fracasso
Releio de outra maneira

Quem acendeu as fogueiras ?
Quem era solitário à noite ?
Quem carregou suas bandeiras ?
Os mesmos olhos profundos ...
Os mesmos medos absurdos ...

Não vou olhar para trás
A jornada da alma e longa
E a historia toda se refaz
Nada mais me assombra
Serei a memória mais bela


Recife, 8 de aril de 2009

81> CATACLISMAS

Cincos eras são cobradas
Um sopro apagou tudo
E foram tão protegidos
Uma miríade de agentes
A vida torna-se em luto

Aquela leva foi perdida
Verde ar de sulfeto e metano
A dupla hélice rompida
Mais um desafio
A terra e o astro profano

Historia sepultada em camadas
Lembra-nos o quanto somos efêmeros
Um sonho de contadas alvoradas
Uma brisa tão ligeira
Uma fogueira passageira


Recife, 8 de abril de 2009
Uma lembrença e um aviso ...

80> POR TAINARA




Sempre lembro como devia ser meu amor
Sutil como um dente de leao à brisa
perdido nos teus furacões
No teu mar de Mármara
A semelhença e contraste do nosso sofrer
As vidas divididas no antes e no depois
De um beijo fatalmente velado

No berço de nossas vidas
Lembranças lapidadas no fogo
No reverso de tanto ardor
Um toque tão puro que o ceu se abriu
Para ouvir o amor tres vezes negado
Um exilio biblico que castigava
Os sonhos perdidos neste sentimento

O silêncio duro como ferro
A saudade umida como lagrimas
Mãos atadas e faces separadas
Pai nosso que estas no ceu,
Clareia as nuvens que obstruem a luz
Sopra em cinzas o passado amargo
E que venha a nós o reino do amor !


Recife, 12 de junho de 2009
Também postado na Fabrica de Letras

quarta-feira, 12 de maio de 2010

79> ANTARES

Que se veja o largo das nebulosas
Nos espectros visíveis
Vermelho amado por marte
Pulsa o sangue do oeste
Tecendo o sonho de Isis
Da Índia veio o bastão
Mas que lindo passaro persa ...

A forca do vencedor de Orion
Eleva-se mais uma noite
Leva-me a mais bela corte
Revela os segredos do coração
Abandonado fui à própria sorte
E sublimando o venenoso escorpião
Tornei-me assim tão mais forte


Recife,8 de abril de 2009

78> VISÕES

O gigante ser da arvore,
O obreiro aos seus pés
Um passaro rompe o silencio,
Nenhum latido, nenhuma voz
Tímidas as flores temem o tempo,
Solene eu observava...
Onze-horas e damas da noite
Suas belezas protegidas das trevas
E tão vulneráveis ao concreto
Ninguém se perdeu na sala das dores.
Só por hoje,
Só por hoje !

Abençôo toda esta chuva
Perdôo toda esta indiferença
Mãos tocam meus cabelos
Invisíveis,
Invisíveis...


Recife,6 de abril de 2009

77> PRIMEIRO DOMINGO DE ABRIL

Duas da madrugada, mesma longitude
Escorpião agora a sudeste,
Elevado era o azimute,
Elevado eram meus princípios.
A calmaria será tomada,
Os anéis serão cerrados
E assim Abril se anuncia

Mais cético que o normal,
Mais serio que o usual,
Muito mais cansado
Mas muito mais amado ?
O que mais será anunciado ?

Sei que torrentes cairão
Não sei o quanto serei molhado
Sei que tempestades se abaterão
Não sei permanecer estático
Sei que tudo foi plantado
Não sei continuar calado ...


Recife,6 de abril de 2009

76> AS PRIMEIRAS VERDADES

A verdade da vida era a dor
E todos vivem
A verdade da dor era o desejo
E todos sofrem
A verdade do desejo era o medo
E todos desejam
A verdade do medo era a duvida
E todos temem
A verdade da duvida era a ignorância
E todos duvidam

E toda ignorância leva
A duvidas
E toda duvida leva
A medos
E todo medo leva
A desejos
E todo desejo leva
A dores
E toda dor leva
A marca de nossa existência


Recife, 2 de abril de 2009

75> O REENCONTRO

O palco foi novamente preparado
Sob nossos íntimos reflexos.
A chave do coração encantado
Zelada por dois seres complexos,
Pouco a pouco nos torna
Os únicos discretos conhecedores
Da messiânica energia que se forma.

Ninguém na platéia via os nexos
Para nos não havia platéia
Os presentes estarão perplexos
Mas não serão feitos de matéria
Teu pulso crescia fortemente
Quando sagitário volta a sudeste
O desejo volta inexplicavelmente

A aprovação chega dos astros
Dizia a profecia secular
“Deles vira o novo mundo.”
A todos que ali pisar
Não será facultado intervir
E após usar a estrela do colar
Destruirão o abismo profundo


Nada que foi dito esta esquecido,
Tudo que não foi então será !
Os dissidentes estarão cegos,
Veremos os clarões do portão
E do alto seremos observados.
Não estaremos mais desolados
Porque não nascemos em vão


Recife,31 de março de 2009

74> DILUVIOS

Acendi a luz antes do escuro
Iluminei meu rosto
Não podiam ver minha idade
E eu não sabia a sua.
Com tantos olhos ao redor
Fingi ser apenas um garoto
Sem medo da tempestade

Enfim eu não ligo
Para aqueles seres tolos,
Tentei amar na sombra
E sem poder entender
O destino não muda seus rumos
Apologias que tive de criar
No fim das feridas e dilúvios

De fato o tempo contava
A historia calada das estrelas,
Me senti tão fora da cidade
De imagens vividas nos postais,
Rápido demais para acreditarmos
Nas voltas que demos...
Na noite que perdemos...


Recife,28 de março de 2009

segunda-feira, 10 de maio de 2010

73> ADIMENSIONAL

Os trovoes agora eram internos
A única realidade era intrínseca
Tão ativos quanto discretos
Modelavam a massa pronta
Salmos, mantras e cânticos

O poço esvaziava e enchia
As camadas eram dissecadas
Antes só dor havia
Não se via a doce prasada
O chão tremia no fim da cruzada

Perde o sentindo a matéria
Força fraca e força forte
Geradas no som primordial
Algo muito alem da morte
Em seu trilho helicoidal

A devoção destrói os medos
A retidão que constrói templos
Guia-nos no vale amorfo
O desapego em toda plenitude
Confere-nos maior magnitude


Recife, 25 de março de 2009

quarta-feira, 5 de maio de 2010

72> A ROSA-VOZ DO TEMPO

A voz que vem e acalma,
Intensa como as constelações.
Noite a fora de joelhos me chama.
A forca que muda as estações
Fez desta a noite mais bela,
Finda uma longa espera
Imprevista nas minhas equações

Onde existiu ansiedade
Existe agora saudade
“De tudo que não fizemos”.
A artificial luz da cidade
Não é mais no que cremos

Olhei a frente do destino,
Convergi em todas jornadas,
Vi meus sonhos de menino
Um botão de rosa estendido
Apontando o velho caminho
Me pego então sorrindo


Recife,23 de março de 2009

71> A FOME DE KALI *

Protegido em seu manto branco
O guia do verde e azul
Nos portões do sansara
Medita e determina o rito
Aqui estou, aqui estou ...

Três foram os libertos
De todo sangue escuro
Uma iluminou o saguão
Outro saiu da escuridão
O penúltimo foi soturno

Quem os leva ?
Para onde irão ?
O que sustenta minha mão ?
Presente sempre no fim
Da fome de Kali ...


Recife,23 de março de 2009
Dedicado a Reginaldo, dona Francisca e seu Agenor .
Que se libertaram da morte para viverem uma "outra vida"

70> A ESTRELA TRISTE DO PARQUE

Por mim passam o sol e lua,
Abaixo este imenso parque de diversão.
Uma mulher em meus sonhos nua
Sem a grossa roupagem da ilusão,
As vezes era difícil e ela chorava
A represa não suportava tamanha emoção
Um carrossel subia e descia girando
Enquanto tocava mais uma canção !
E como eram lindos os meus sonhos...

Aqueles balões eram pensamentos,
Muitos reunidos nas mãos das crianças
Outros partiam e ganhavam o firmamento,
Por vezes sumiam como nossas esperanças.
Refleti que estavam cheios de ar,
Exatamente o mesmo que nos rodeia
Então por que insistes em chorar agora ?
Nestes momentos ela dizia para si mesma :
Se recomponha,voçe ainda tem doze horas...


Recife, 21 de março de 2009

terça-feira, 4 de maio de 2010

69> VUQUB KAQIX

Antes da ponta da lança
A fogueira era natural
A fronteira onde a visão alcança
Algo mudara de forma descomunal

A plumagem, o bico e seu brilho
Jovens montanhas eram movidas
Claro desafio aos filhos do milho
Um dardo nas mandíbulas rompidas

Instintos foram subjugados
Vênus trouxe a mensagem
E os animais foram domados

O inicio invariável da reciclagem
Na morte de dois filhos amados
Enfim pronta estava a engrenagem


Recife, 19 de março de 2009
Mitologia Maia ...

68> DUNAS DA VIDA

Um toque de mão na face
Nenhuma sombra nos protege
Um silencio amargo aparece
O orgulho é o filho herege
Magoa é vida que apodrece

Um rastro lentamente desaparece
Na densa poeira que reflete
O calor de destinos abrasivos
Julgar não mais nos compete
A dureza nos torna evasivos

A compreensão destes acontecimentos
Supera o tempo de uma existência
Alguns passam-na buscando clemência
Não suportam a dor dos ferimentos
Esperam um perdão que nunca virá

E tudo permanecerá escrito
Nas imensas dunas da vida...
E lá sou a voz bendita,
Aquela pegada proscrita,
A que o vento não apaga !


Recife, 18 de março de 2009
Também postado para http://fabricadeletrasepalavras.blogspot.com/
Lembrando sempre que existem outros tipos de paixões e talvêz a melhor delas seja a paixão pela propia vida ...

67> ORFANATO DE SONHOS

É uma pena quando acordo
Meu lado direito completamente vazio
Meu lado esquerdo o clarão do dia
A mente rebusca as memórias da noite

Escuto o som que faz pensar
Vejo a velocidade da manhã
Comprimento meu psiquismo
Tento afastar todo meu pesar

Sempre encontro um motivo
Um pequeno fato-evento
Ligado a um momento contigo
O mundo diferente que apresento

Por tudo que a vida deixará
Agora uma imposição histórica
Esta poesia o livro não citará
Outrora uma evolução heróica

Aparento não ter mais assunto
De fato não para os surdos
Procuro uma nova definição
E encontro um orfanato de sonhos


Recife, 19 de maio de 2009